As chances de recuperação de pacientes internados e atendidos por equipes multidisciplinares é maior, dizem especialistas no assunto. Além dos diagnósticos mais assertivos, tratar da especificidade das doenças oportunistas requer conhecimento de causa.
Cada vez mais o cirurgião-dentista se faz presente nessas equipes, principalmente durante a pandemia instalada no mundo.
Antes mesmo da explosão do coronavírus, em 2019, segundo pesquisas pela CEMOI (Empresa Brasileira com foco no Ensino Odontológico Hospitalar), gestores perceberam a relevância da saúde bucal em pacientes internados. Outras vantagens da atuação do profissional são a redução dos custos hospitalares e a rotatividade nos leitos de internação.
A presidente do Conselho Regional de Odontologia de Roraima (CRO/RR), Ananda Deva Praxedes, salientou a importância dos cuidados bucais aos pacientes internados, tendo em vista que o quadro hospitalar tende a melhorar de maneira positiva quando se há a atuação de profissionais da Odontologia Hospitalar (OH) na equipe multidisciplinar, evitando-se assim, a instalação de diversas doenças, como àquelas ligadas a problemas respiratórios em pacientes já debilitados.
“A OH vem ganhando destaques pela sua própria importância já há algum tempo. A relevância dos profissionais inseridos dentro das equipes multidisciplinares hospitalares vem sido demonstrada por diversos artigos científicos que comprovam a efetiva redução no tempo de internação de pacientes, além de melhorias no pós operatório de pacientes que, muitas vezes, estão debilitados. A redução de custos é um fator preponderante para a gestão hospitalar, é sempre o que se busca, pela atuação em benefício da população e do paciente”, disse a presidente do CRO/RR.
Atuação prevista em Lei – O Projeto de Lei 34/2013 deu início a atuação e implantou a assistência odontológica em hospitais públicos e privados. Em 2016 recebeu parecer favorável da relatora, a senadora Ana Amélia (Progressistas) e em 2018 foi aprovado. O PL regula a presença do cirurgião-dentista nas UTI’s e inclui a assistência odontológica no atendimento e internação domiciliares do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em Roraima o Projeto de Lei foi proposto pelo deputado Neto Loureiro (PMB), tramitou na Assembleia Legislativa, foi para sanção do Governo de Roraima retornando à ALE sem manifestação do Executivo.
Após isso, Lei nº 1.381, de 13 de abril de 2020 foi promulgada pelo Legislativo e passou a valer tornando obrigatória a presença de profissionais de odontologia na equipe multiprofissional hospitalar nas Unidades de Terapia Intensiva e demais unidades hospitalares de internações prolongadas de todos os hospitais de Roraima.