Pacientes denunciam falta de médicos, leitos e estrutura da Maternidade

Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde negou as acusações de falta de médicos e leitos no HMI

Gestantes aguardam em poltronas por parto na Maternidade (Foto:Nilzete Franco/FolhaBV)
Gestantes aguardam em poltronas por parto na Maternidade (Foto:Nilzete Franco/FolhaBV)

Pais de recém-nascidos e gestantes que aguardam por parto, denunciaram à FolhaBV a falta de alguns médicos que realizam o parto no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMI) e a demora para entrega de resultados do ‘teste do pezinho’ dos recém-nascidos. Segundo eles, a informação repassada por funcionários é de que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) não efetuou o pagamento dos salários e do convênio.

Segundo uma gestante, que aguarda há 15 dias por um parto Cesária, não há leitos o suficiente na Maternidade para as gestantes que estão em trabalho de parto. Um vídeo encaminhado à redação, mostra cerca de dez mulheres deitadas em poltronas em uma sala do HMI. No vídeo, também é possível ver cadeiras de plástico remendadas, que seriam para os acompanhantes ficarem com as grávidas.

“Essa é situação das mãezinhas que esperam pelo parto. Nós estamos todas abandonadas aqui, jogadas. Todas as mãezinhas estão aguardando por parto. Não tem vaga para quem espera por cesária. Eu estou há 15 dias esperando o meu parto”, relata a gestante, que não quis ser identificada.

Gestante mostra situação de mães que esperam por parto na Maternidade (Vídeo: Arquivo Pessoal)

Segundo a denunciante, as informações que circulam pelo hospital, é a de que os médicos que estariam nos plantões pararam de ir trabalhar por atrasado do salário. Somente os profissionais concursados estão realizando os partos, apenas dois médicos por plantão.

Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde negou as acusações de falta de médicos e leitos no HMI e eclareceu que a denunciante estaria há 15 dias aguardando pelo controle da diabetes gestacional.

“É importante pontuar que se trata de uma gestante com 35 semanas de gravidez. A realização de um parto nesse período seria considerada extremamente prematura. A conduta médica é definida pelo profissional habilitado, de acordo com a situação específica da paciente. Desse modo, não há indicação para a realização de cesariana antes das 37 semanas de gestação, quando o bebê já está completamente formado, especialmente em relação ao desenvolvimento pulmonar. Sendo assim, a paciente segue internada e recebendo toda a assistência necessária para o desenvolvimento seguro da gestação”, respondeu a Sesau, por meio de nota.

Pais esperam há 45 dias por resultado de teste do pezinho

Outro problema relacionado a falta de pagamento é com uma clínica que realiza a análise dos exames de teste do pezinho da maternidade. Segundo o pai de um bebê que nasceu em julho, os resultados dos teste deveriam sair em 30 dias, após a data ele foi até o HMI e ainda não estava pronto. O homem, que não quis se identificar, relata que após 15 dias do ocorrido voltou à maternidade para questionar sobre o exame e ainda não haviam enviado os resultados.

“Nos falaram que esse exame vai para fora do estado e que o Governo do Estado não paga a empresa já fazem dois meses. Nós precisamos começar as consultas do nosso filho com o pediatra, esses exames são importantes para que o médico avalie”, relata o denunciante.

Ainda em nota, a Sesau esclareceu que a demora para os resultados dos testes é porque a maternidade aguarda o repasse de insumos por parte do Laboratório de Referência do Município.

“Tanto a Maternidade quanto as Unidades Básicas de Saúde têm sido afetadas pelo desabastecimento desse insumo”, finalizou a nota.

Confira a nota na íntegra

A Secretaria de Saúde esclarece que não procede a informação sobre a falta de leitos e médicos no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth.

Sobre as alegações de que gestantes estariam aguardando 15 dias para serem submetidas à cesariana, a Sesau reitera que tem conhecimento do caso em questão. Ao contrário do que foi relatado, a referida paciente está internada para controle da diabetes gestacional, e não para a realização do parto cesárea.

É importante pontuar que se trata de uma gestante com 35 semanas de gravidez. A realização de um parto nesse período seria considerada extremamente prematura. A conduta médica é definida pelo profissional habilitado, de acordo com a situação específica da paciente.

Desse modo, não há indicação para a realização de cesariana antes das 37 semanas de gestação, quando o bebê já está completamente formado, especialmente em relação ao desenvolvimento pulmonar. Sendo assim, a paciente segue internada e recebendo toda a assistência necessária para o desenvolvimento seguro da gestação.

Em relação ao teste do pezinho, a Sesau esclarece que aguarda o recebimento de insumos por parte do Laboratório de Referência do Município. Tanto a Maternidade quanto as Unidades Básicas de Saúde têm sido afetadas pelo desabastecimento desse insumo.

A Sesau reforça que qualquer reclamação ou sugestão de melhoria sobre o atendimento na rede estadual de saúde pode ser encaminhada à Ouvidoria de cada unidade ou presencialmente à Ouvidoria Geral da Rede Estadual do SUS, localizada na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, 1364, bairro dos Estados (prédio do TFD).

Além disso, as reclamações e sugestões também podem ser formalizadas pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (95) 98410-6188.

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