O enfermeiro Alynelson Farias, é pai de um menino autista, de 8 anos, que faz tratamento para controle de epilepsia e estava há um ano tomando regularmente Valproato de Sódio, um remédio de uso controlado que diminui os impactos da condição nos neurônios da criança. A medicação era ofertada na rede municipal de saúde e desde de junho deste ano, parou de ser distribuído aos pacientes que necessitam, afirma Alynelson.
Ele explica que ligou nas quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) que deveriam ofertar o remédio e nenhuma estava com estoque. Segundo o enfermeiro, o estado do filho é preocupante pois os ataques de epilepsia podem agravar o autismo da criança, fazendo avoluir para um estado neurológico vegetativo.
“Para o meu filho tomar esse remédio, ele fez uma consulta. E aí foi constatado o quadro de epilepsia. Para não evoluir para um quadro mais grave, ele entrou em tratamento, que deveria ser por dois anos, para que a epilepsia não piore o autismo”, explica o Alynelson.
Em revolta com a situação, Alynelson realizou a denúncia também no Conselho Municipal de Saúde, pois nas UBS’s não obteve respostas do porquê a medicação deixou de ser distribuída na rede pública municipal.
O que diz a Secretaria Municipal de Saúde?
A FolhaBV entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, questionando sobre a distribuição da medicação na rede pública. Por meio de nota, a SMSA informou que a empresa contratada desistiu da entrega do medicamento.
“Em decorrência disso, um novo processo de aquisição está sendo realizado. A secretaria reforça que o município está trabalhando para que a nova empresa possa entregar o medicamento o mais rápido possível, seguindo os trâmites e os prazos legais”, afirmou a SMSA na nota.