SAÚDE PÚBLICA

Pai relata demora para agendamento com otorrino em Hospital da Criança e UBS

De acordo com ele, os servidores informam que não conseguem marcar porque há apenas dois otorrinos para atender o estado de Roraima

A menina de dois anos sofre com otite desde o ano passado. (Foto: Arquivo Folha BV)
A menina de dois anos sofre com otite desde o ano passado. (Foto: Arquivo Folha BV)

O pai de uma menina dois anos relatou à FolhaBV uma situação que dura mais de três meses com unidades de saúde de Boa Vista. Ele conta que não estaria conseguindo marcar uma lavagem no ouvido com o otorrinolaringologista para a filha que sofre com otite.

De acordo com o relato, há meses sofre com atendimento na saúde pública da capital para a filha. Após ter ido seis vezes ao Hospital da Criança, no ano passado, devido às inflamações no ouvido da bebê e terem feito uma lavagem, viu o problema se repetir e decidiu retornar à unidade de saúde. No entanto, não conseguiu mais o atendimento com o otorrino.

“O problema voltou e levei ela novamente queimando em febre, e sequer chamaram o otorrino para avaliá-la sob alegação de que o otorrino só poderia ir em casos ‘graves com perfuração do tímpano’. Ela foi atendida por uma médica que receitou antibiótico que não faz efeito de nada”, contou o pai.

Segundo ele, dias antes da filha ter febre, já havia pegado um encaminhamento para fazer o procedimento e tentou marcar no Serviço de Atendimento Médico e Estatística (SAME), que fica no Hospital da Criança, mas foi informado que não marcava por lá. Em seguida, teria ido à Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Centenário, e se informou que não tinha o especialista.

“Posteriormente fui no posto do Jóquei Clube, cheguei bem cedo para marcar no dia 5 de junho de 2023, e o recepcionista me disse que, por mês, eram liberados em torno de duas crianças e que já tinham seis na fila de espera. Ele reteve o encaminhamento e esperamos quase 3 meses”, afirma.

O pai ainda contou que decidiu voltar ao SAME, onde teriam dito para que chegar cedo, “senão não conseguiria marcar mesmo e que eles não deveriam reter encaminhamento”. Conforme ele, os servidores informam que não conseguem marcar porque há apenas dois otorrinos para atender o estado de Roraima.

Saúde Municipal

A reportagem procurou a Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista (SMSA) sobre o relato e a possível falta de profissionais para atender à saúde da capital. Em nota enviada nesta quinta-feira (14), a secretaria informou “que os casos de urgência e emergência seguem sendo atendidos normalmente no Pronto Atendimento do Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA). Os casos ambulatoriais com os médicos especialistas, como os otorrinolaringologistas, são agendados pelo SAME, por meio do encaminhamento referenciado pelas UBSs, que fazem os atendimentos clínicos”.

Ainda “ressalta que o HCSA, por ser o único hospital de referência de média e alta complexidades de Roraima, recebe pacientes de outros municípios do estado e dos dois países vizinhos e, consequentemente, enfrenta uma grande demanda de atendimento. A gestão segue com o trabalho para aprimorar a qualidade no serviço prestado à população infantil”, conclui a nota.