Uma nova pesquisa publicada esta semana na revista científica BMJ traz mais uma grande motivação para as mães manterem hábitos mais saudáveis. A pesquisa mostra que o modelo materno e paterno está diretamente ligado à possibilidade dos filhos em se tornarem adultos obesos.
A pesquisa foi realizada na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos que acompanhou cerca de 16.945 mulheres e seus 24.289 filhos. As mulheres que apresentavam peso adequado, praticavam exercícios regularmente, mantinham uma dieta saudável. Além disso, não consumiam grandes quantidades de álcool e não fumavam. Com isso, seus filhos tiveram 75% menos tendência a obesidade do que os filhos, onde os pais não mantiveram nenhum desses hábitos.
De acordo com o médico, César Penna, endocrinologista, quando os filhos seguem os exemplos de seus pais para uma vida mais saudável, ele também poderá criar hábitos saudáveis.
“Estes dados validam a suspeita de que as contribuições genéticas dos pais para seus filhos influenciam a propensão de uma criança à obesidade, mas a obesidade infantil não pode ser explicada apenas pela genética. Nesses casos, a influência dos hábitos dedicados a manter a saúde em dia influencia diretamente a criança. Ou seja, não basta apenas incentivar os filhos a praticarem atividades físicas e comerem melhor se você não faz o mesmo”, explica.
Para o médico, um fato que surpreendente na pesquisa foi que a alimentação da mãe não foi tão influente quanto suas outras escolhas relacionadas à saúde, refletindo, talvez, uma realidade da infância moderna.
“O cardápio infantil é influenciado por muitos fatores, incluindo as merendas oferecidas nas escolas e as opções de comida que encontram em sua rotina. Nesses casos, a proposta de reduzir a obesidade em crianças precisa ir além das próprias crianças. Mesmo se os pais não mantiverem alguns bons hábitos esporádicos, eles já são capazes de fazer a diferença no risco de obesidade de seus filhos quando incluírem uma alimentação saudável”, ressalta.
Uma dica para influenciar os pequenos de forma mais saudável é incluir as crianças escolhendo o menu das refeições, além de passar tempo de qualidade juntos, aproveitar para ensinar aos mais pequenos a importância de uma alimentação saudável, como criar e planejar cardápios para o dia-a-dia.
“Quando a criança está inserida é mais fácil adaptar e adequar a rotina alimentar dos pequenos, e muda-las para receitas mais saudáveis, assim será mais fácil compreender a importância de saborear a comida, o prazer de desfrutar de uma guloseima sem sentimentos de culpa, as vantagens de uma alimentação saudável constante em detrimento das dietas da moda”, explica o médico.