O passo a passo de uma brincadeira, registrado em vídeos, vem causando consequências graves entre crianças e adolescentes. O “desafio da rasteira” pode causar ferimentos como traumatismo craniano e hemorragia interna, e, em casos extremos, levar à morte.
Um vídeo que viralizou recentemente nas redes sociais mostra o momento em que uma estudante morre ao tentar fazer a brincadeira. A adolescente Emanuela Medeiros, de 16 anos, sofreu traumatismo craniano e morreu depois de bater a cabeça no chão ao cair durante uma brincadeira na Escola Municipal Antônio Fagundes, na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O caso aconteceu em novembro do ano passado, mas veio à tona novamente nesta semana.
As imagens mostram três jovens de pé, lado a lado. A pessoa no meio salta, e é surpreendida pelos que estão nas extremidades, que chutam suas pernas em uma espécie de rasteira, provocando uma queda. No processo, as costas e cabeça atingem o chão com um forte impacto. Em alguns casos, a vítima do ato desmaia e permanece desacordada até o fim do vídeo.
De acordo com a pediatra Ana Carolina Brito, o meio digital exerce cada vez mais influência sobre a criança e adolescentes.
“Precisamos alertar aos pais sobre conhecer o conteúdo a que os filhos têm acesso na internet. É preciso conversar com eles sobre as pesquisas que realizam, conhecer suas opiniões e deixar claro os riscos de aceitar desafios perigosos” relatou.
Segundo a médica, participar ativamente da vida dos filhos, respeitando suas opiniões, mas também explicando o certo e o errado, e principalmente das consequências que cada atitude pode levar, é papel fundamental dos pais e dos responsáveis.
“A escola, grupo de prática de esportes e grupos de atividades religiosas devem ser convidados a abrir espaço para esse tipo de conversa também. As crianças, mesmo pequenas, devem ter espaço para serem ouvidas e para receber orientação útil e segura por parte da escola e família” reforça.
“Os conteúdos de internet que forem identificados como impróprios ou perigosos devem ser denunciados e desaconselhados e, se possível, ter seu acesso bloqueado, de acordo com cada faixa etária” diz.