ABRIL AZUL

Pesquisa revela impacto do diagnóstico tardio do autismo na vida das mulheres

As entrevistadas apontaram alguns sinais em comum, como ansiedade, crises de depressão e intensa dificuldade de socialização

No caso das mulheres, especialistas apontam que é ainda mais difícil apontar sinais considerando possíveis estratégias adotadas para camuflar características do transtorno (Foto: Raisa Carvalho)
No caso das mulheres, especialistas apontam que é ainda mais difícil apontar sinais considerando possíveis estratégias adotadas para camuflar características do transtorno (Foto: Raisa Carvalho)

No Abril Azul, Mês de Conscientização do Autismo, é importante identificar os impactos do diagnóstico do transtorno do espectro autista (TEA) na vida adulta. No caso das mulheres, especialistas apontam que é ainda mais difícil apontar sinais considerando possíveis estratégias adotadas para camuflar características do transtorno.

Um estudo foi feito com mulheres dentro do transtorno do espectro autista, entre 18 e 40 anos, parte de um levantamento da pesquisadora Ana Paula Teixeira, egressa do curso de Psicologia do Centro Universitário de Brasília (CEUB).

As entrevistadas apontaram alguns sinais em comum, como ansiedade, crises de depressão e intensa dificuldade de socialização. A pesquisa aponta também um padrão comum de prejuízo social antes do diagnóstico e cansaço após longos períodos de interação.

As entrevistadas também relataram que tiveram que enfrentar falta de compreensão por parte da sociedade e pessoas do seu próprio convívio. Uma entrevistada, uma jovem de 26 anos, também relatou uma sensação de inadequação e que “passaria a vida inteira procurando alguma coisa, se não tivesse recebido o diagnóstico”.

A perspectiva é que o levantamento seja aprofundado nos próximos meses. Uma das expectativas é que com o estudo, se evidencie a relevância de se aprofundar sobre diagnóstico tardio de autismo em mulheres para propiciar descobertas mais precoces, acompanhamentos e tratamentos adequados.

Ainda, que após o recebimento do diagnóstico, as mulheres consigam trabalhar no entendimento das suas particularidades, compreensão dos seus limites e características do transtorno do espectro autista.
O estudo relata que a pesquisa pode auxiliar também na identificação e no tratamento de mulheres diagnosticadas tardiamente com autismo, pois “evidencia características do transtorno presentes no público adulto feminino e que, muitas vezes, passam despercebidas”.