Quando o assunto são os hábitos alimentares mais saudáveis do planeta, a dieta mediterrânea, tradicional nos países banhados pelo Mar Mediterrâneo, é frequentemente mencionada. No entanto, recentemente, os olhos da comunidade global de saúde têm se voltado para uma outra região: os países nórdicos, onde a dieta escandinava ganhou destaque como uma das mais saudáveis do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Inspirada nas tradições culinárias de nações como Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia, a dieta nórdica tem como base a preferência por alimentos frescos e cultivados localmente. A minimização do transporte e do uso de fertilizantes e pesticidas é uma prioridade, promovendo a sustentabilidade. Rica em ácidos graxos ômega-3, provenientes de peixes gordos, fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes presentes em frutas e vegetais cultivados organicamente, a dieta nórdica demonstra benefícios significativos para a saúde cardiovascular e a prevenção de doenças como diabetes.
Uma meta-análise realizada em setembro de 2019, revisando sete estudos, destacou os impactos positivos da dieta nórdica. Os resultados apontaram melhorias no peso corporal, redução do risco de câncer, diabetes e problemas cardiovasculares. A presença elevada de fibras na dieta também foi associada a benefícios para a saúde intestinal, enquanto a eliminação de alimentos ultra processados diminuiu a probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2.
Quais alimentos participam dessa dieta?
Quanto aos alimentos presentes na dieta nórdica, ela é composta por uma variedade de vegetais, cogumelos, grãos de cevada e centeio, nozes e sementes, tubérculos como batatas, leguminosas, frutas vermelhas como cerejas, amoras, ameixas, framboesas, mirtilos e morangos, além de laticínios com baixo teor de gorduras, peixes gordos como salmão, arenque e cavala, ovos, e em menor quantidade, carne vermelha e frango. O foco na minimização de alimentos industrializados diferencia a dieta nórdica de outras abordagens, como a mediterrânea.
Apesar das similaridades com a dieta mediterrânea, alguns aspectos diferem nos hábitos alimentares nórdicos. Enquanto o azeite de oliva é predominante no Mediterrâneo, na dieta nórdica, o óleo de canola assume esse papel. Além disso, a ingestão menor de carne vermelha, vinho e frutas tropicais nos países nórdicos contribui para as distinções entre as duas dietas.
Dá pra fazer morando no Brasil?
Segundo especialistas, alguns alimentos característicos dessa dieta podem integrar o cardápio brasileiro, mas de forma sazonal, devido às diferenças climáticas. Tubérculos, leguminosas e ovos são facilmente encontrados no país, no entanto, algumas frutas, como mirtilo e framboesa, podem ser mais difíceis de encontrar nos supermercados brasileiros, além de possuírem um custo mais elevado. Outro desafio é a qualidade dos peixes gordos, como o salmão, que, no Brasil, muitas vezes é proveniente de cativeiro e não apresenta as mesmas características do salmão selvagem consumido nos países nórdicos.