O distanciamento social por conta do coronavírus trouxe muita angústia e mudanças até radicais na vida de muita gente. Quem, por exemplo, sempre fazia alimentação fora de casa teve que mudar hábitos e até ir para cozinha, mesmo sem nem saber muito que fazer. Mas os novos hábitos acabaram trazendo economia, uma vez que, na maioria das vezes, os custos com a alimentação acabam sendo menores quando se decide fazer sua própria comida.A afirmação é do professor de Ciências Contábeis da Estácio da Amazônia, Robson Pereira Silva.
Segundo ele, a alimentação representa uma boa parcela do orçamento doméstico, e é exatamente por isso que é possível amenizar os custos mensais, elaborando seus próprios cardápios e preparando almoço e jantar em casa.
“Ao mesmo tempo em que se economiza, vai comer bem e saudável. A gente não pode pensar apenas na economia. Precisamos diminuir custos e comer bem, de maneira saudável”, completa.
Para quem nunca conseguiu preparar sua própria alimentação, o professor afirma que só fazendo é que se aprende. Será também fazendo cálculos que se chega à conclusão de que o custo de comer fora é muito maior.
“Eu vou dar um exemplo: R$20 reais por dia com refeição, mas você opta em levar pelo menos dois dias por semana a sua própria comida, você economiza quase R$2 mil em um ano. O mesmo vale para lanches da tarde que podem somar mais de centenas de reais no final do mês. Portanto, fazer nossas refeições, organizar nossas frutas e barras de cereais em casa, pode fazer uma grande diferença no orçamento”, ressalta.
Se for novo nessa empreitada, o professor dá alguns conselhos para iniciar esse processo. Um deles é quanto aos cuidados com prazo de validade dos alimentos. Ele explica que é necessário ficar atento a essa questão para evitar as altas taxas de desperdício. “Observar, por exemplo, se a pessoa que é solteira, e compra 7 ou 8 maçãs e uma palma de banana. É preciso analisar como funciona a validade de cada alimento.
Pesa no nosso bolso essa questão do desperdício”, explica.
Ainda sobre economizar, ele sugere a reutilização das sobras de comida que podem ser modificados para novos pratos no dia seguinte. “Sabe aquele estrogonofe que sobrou do jantar, pode pegar essa iguaria e utilizar para uma pizza, por exemplo. Ou transformar o frango assado do dia anterior em um salpicão. Eu não sou cozinheiro, mas minhas amigas fazem isso e as receitas ficam transformadas em pratos novos e saborosos”, observa.
E quando for às compras, o professor orienta seguir fielmente a lista de produtos que precisa e não levar produtos por impulso. “Se vai se planejar, pesquise os estabelecimentos que fazem promoções, nos dias que as carnes e legumes estão mais baratos”, completa. Ainda sobre essa questão, ele aconselha também a aproveitar as variedades das feiras, que acabam tendo preços mais em conta e os produtos são mais frescos e mais acessíveis.
Para Robson, não é preciso virar refém da cozinha para economizar. É preciso equilíbrio em tudo, afirma. Portanto, se não tempo de preparar seu almoço, tenha então sempre uma lista de restaurantes com bons preços perto do trabalho. “Mesmo comendo em casa a gente não pode ser radical. A vida é dinâmica.
A lógica é: se a refeição que você faz em casa sai por 20 reais então procure um restaurante com bom preço de modo que você tenha o mesmo retorno em termos de economia de gastos com alimentação”, explica.
Outro conselho do especialista sobre flexibilizar os gastos é quanto as refeições fora de casa por lazer, aos finais de semana com amigos. Segundo ele, os custos com essas saídas são altíssimos e por essa razão precisam ser limitados. Crie um limite no seu orçamento.
“Para economizar de fato, fazermos pequenos cortes com opções de lazer como essas.
Não significa que você deva viver recluso da sociedade e acabar com seu lazer. É economizar e pensar no lado social até porque a gente precisa disso”, conclui.