Profissionais do Dsei Leste recebem novo treinamento para tratamento contra malária

Serão três dias de aulas teóricas e práticas no uso do medicamento, que vai ajudar na diminuição dos casos de malária nas terras indígenas de Roraima

Tratamento foi incorporado ao Ministério da Saúde no ano passado (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Tratamento foi incorporado ao Ministério da Saúde no ano passado (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Na manhã desta terça-feira, 1, profissionais de saúde que atuam no combate à malária no Distrito Sanitário Especial Indígena do Leste (Dsei Leste) receberam um treinamento sobre o uso da tafenoquina no tratamento de pacientes contra a malária. Serão três dias de aulas teóricas e práticas no uso do medicamento, que vai ajudar na diminuição dos casos de malária nas terras indígenas de Roraima.

O treinamento, feito por meio da Coordenação Nacional de Eliminação da Malária, órgão vinculado ao Ministério da Saúde, irá qualificar cerca de 200 profissionais para atuarem no combate a malária através do novo tratamento. A tafenoquina é utilizada em uma única dosagem, aliada a três dias no uso da cloroquina, o tratamento reduz o tempo de recuperação, que antes eram até sete dias.

“A tefonoquina trás alguns pontos positivos, como o aumento da adesão da população que consegue terminar o tratamento e conseguem evitar recaída. A gente realmente tem ela como uma ferramenta para eliminar a malária no Brasil até 2035”, explica Alexander Vargas, coordenador de eliminação da malária do Ministério da Saúde.

Alexander Vargas explica como funciona o tratamento com a tafenoquina (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

O medicamento deve ser aplicado em pacientes maiores de 16 anos de idade, com peso maior que 35kg, não grávidas, não lactantes e com mais de 70% de atividade da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase. Para a definição este último item é necessário a realização de um teste de farmacogenética.

A diretora do departamento de atenção primária de saúde indígena, Putira Sacuena, explica a importância desse treinamento nos territórios principalmente no período de estiagem.

“É algo que nos preocupa, principalmente com a estiagem que está acontecendo neste momento. Que a gente sabe que na Amazônia, durante este período avança [a malária], o número [de casos] cresce. Mas que agora a gente está com teste rápido no território, com a medicação, com o treinamento, para assim darmos o atendimento aequado para a nossa população dentro desses territórios”, explica Putira.

Diretora do departamento de atenção primária de saúde indígena, Putira Sacuena, em entrevista à FolhaBV (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium transmitidos pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, também conhecido como mosquito-prego.

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