Você já deve ter ouvido falar sobre a ‘Síndrome do impostor’ e como ela afeta negativamente a vida e a saúde mental das pessoas. De acordo com a psicóloga Gilvânia Carvalho, a síndrome trata-se de um mecanismo psicológico de defesa que, apesar de não ser classificada como doença mental, é bastante estudada.
“A síndrome do impostor não é uma doença, mas é uma condição, um mecanismo psicológico de defesa em que a pessoa tem a tendência de se achar uma fraude; a pessoa tem uma desordem na autopercepção”, explica.
Segundo a especialista, qualquer pessoa pode desenvolver esta síndrome, e em qualquer idade, sendo mais comum quando se está em uma posição de ser alvo de julgamentos do desempenho, como ao receber uma promoção no trabalho ou iniciar um novo projeto.
Atitude negativa da síndrome do impostor pode arrecatar malefícios a saúde mental do indíviduo (Foto: Divulgação)
A psicóloga lista cinco características principais desta condição:
A necessidade de se esforçar sempre mais – a pessoa tem a percepção de que sabe menos do que os outros e, por isso mesmo, precisa sempre se esforçar mais; ela é tomada por um perfeccionismo, porém esse perfeccionismo a leva a padrões de ansiedade muitas das vezes paralisantes.
Procrastinação – a ideia de estar sendo avaliada por alguém leva a pessoa que tem essa condição a procrastinar as suas obrigações como forma de evitar a possível avaliação negativa.
Autossabotagem – a pessoa acredita que não vai ter sucesso na tarefa designada e por isso mesmo não despende muita energia na realização, ou seja, não se esforça como poderia, pois parte do princípio que já não vai lograr êxito.
Comparação com os outros – a pessoa nunca se considera boa o suficiente em relação aos outros e isso pode gerar dentro dela tristeza, angústia e frustração.
Querer agradar a todos – por não sentir-se boa o suficiente a pessoa tem a necessidade de querer agradar a todas as pessoas ao seu redor para sentir-se aceita.
Quando procurar ajuda?
Para a psicóloga, o processo de mudança começa a partir da decisão pessoal de querer mudar hábitos. A terapia cognitivo-comportamental também ajuda ao trabalhar a partir do autoconhecimento emocional e da reestruturação cognitiva, onde o indivíduo será levado a refletir pensamentos, ações/comportamentos que precisam ser modificados para uma efetiva saúde mental.
“Isso demandará tempo, paciência e treino comportamental, porém existem algumas atitudes que podem auxiliar ao lidar com essas sensações, como aceitar elogios, ver e admitir os nossos pontos fortes, avaliar o trabalho usando os feedbacks dos outros (fazer uma lista dos comentários positivos), evitar as comparações constantes com os outros, falar sobre as realizações com os amigos e familiares e ter tempo para realizar atividades prazerosas e que não exijam tanto esforço mental” explica Gilvânia. E claro, Permitir-se viver a vida em sua plenitude.
Por Isah Carvalho