A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente. De acordo com o psicólogo Alberto Cruz, a doença diferencia o medo comum e o doentio e se não for tratado, pode atrapalhar muito a vida do indivíduo.
As causas exatas da síndrome do pânico são desconhecidas, embora um conjunto de fatores possa desencadear o desenvolvimento da doença, entre eles, a genética, o estresse, temperamento forte e mudanças. “O medo, resposta natural do corpo a situações de perigo, durante a crise do pânico, muitas vezes o paciente não se controla e tem um comportamento de uma criança com medo, pode haver crise de choro, grito, pode não conseguir controlar suas necessidades fisiológicas. O resultado é uma sensação de pavor absoluto, com sensações corporais, emocionais e mudanças no corpo”, relatou.
Ataques de pânico característicos da síndrome geralmente acontecem de repente e sem aviso prévio, em qualquer período do dia e também em qualquer situação, como enquanto a pessoa está dirigindo, fazendo compras no shopping, em meio a uma reunião de trabalho ou até mesmo dormindo.
O pico das crises de pânico geralmente dura cerca de 10 a 20 minutos, mas pode variar dependendo da pessoa e da intensidade do ataque. Além disso, alguns sintomas podem continuar por uma hora ou mais. É bom ficar atento, pois muitas vezes um ataque de pânico pode ser confundido com um ataque cardíaco.
“Uma complicação frequente é o medo de sentir medo, ou seja, a pessoa tem uma ansiedade intensa com medo de ter outro ataque de pânico. Esse medo pode ser tão grande que a pessoa, muitas vezes, evitará ao máximo situações em que essas crises poderão ocorrer novamente”, informou.
Os ataques de pânico podem alterar o comportamento em casa, na escola ou no trabalho. As pessoas portadoras da síndrome muitas vezes se preocupam com os efeitos de seus ataques de pânico e podem, até mesmo, despertar problemas mais graves, como alcoolismo, depressão e uso de drogas.
“É um medo que você não consegue mais se orientar e por isso é necessário investigar qual a insegurança de base em certos traumas. Para isso é indicado a procura de um especialista, e não que a pessoa faça o autodiagnóstico por meio da internet ou de outros amigos que possuem os mesmos sintomas. Muitas vezes, ao ler alguma informação sobre a doença na internet, a pessoa acaba apresentando aqueles sintomas. Só um profissional especializado pode diagnosticar se é realmente síndrome do pânico ou não”, ressaltou.