Saúde e Bem-estar

Quase 50% do efetivo da PMRR já teve COVID-19

A pesquisa revelou que dos 1.609 policiais, 787 foram afastados, acometidos pela doença.

O primeiro caso de COVID-19 na Polícia Militar de Roraima (PMRR) foi confirmado no dia 16 de março, e o primeiro óbito pela doença, que progrediu de forma desordenada dentro da corporação, foi registrado no dia 30 de julho.

Os dados foram levantados pelos alunos do Curso de Formação de Oficiais da PMRR, que realizaram um estudo, entre agosto e setembro de 2020, para identificar o quantitativo de policiais contaminados pelo Coronavírus e as dificuldades encontradas para o desenvolvimento do policiamento durante a pandemia.

Segundo a pesquisa, dos 1.609 policiais militares em atividade, 787 foram afastados, de março a setembro do ano passado. O estudo detalha ainda os percentuais de militares doentes, por sexo e unidade de atuação.

Diante dessa nova realidade, novos protocolos de atuação precisaram ser adotados pelas policiais, que atuam em contato direto com a população e estão expostos ao contágio.

O álcool em gel passou a compor o material de serviço, máscaras foram distribuídas e orientações sobre segurança biológica foram disponibilizados aos militares, assim como a criação do Gabinete de Gerenciamento de Crises (GAC), para atender exclusivamente aos militares que fossem acometidos pela doença. 

O cadete João Paulo Dantas explicou que a pesquisa surgiu como forma de avaliação da disciplina Estatística Aplicada, componente curricular do Curso de Formação de Oficiais.

“Nós buscamos os dados pertinentes à Polícia Militar junto à Secretaria Estadual de Saúde, à Secretaria Municipal de Saúde e ao Gabinete de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar de Roraima. A partir daí, contamos com o apoio do Departamento de Estatística da Corporação”, disse.

Ainda segundo o autor, o estudo auxiliará na distribuição do efetivo diante desta nova realidade, com dados oficiais, e reforçará a necessidade dos cuidados profiláticos individuais e coletivos dos componentes da PMRR.

Um dos coordenadores de Ensino Policial da PMRR, capitão Josué Andrade, ressaltou a importância do trabalho de cunho científico na formação dos futuros oficiais.

“Essa calamidade atinge todas as instituições, setores e atividades. Essa pesquisa vai servir de subsídio para os comandantes tomarem suas decisões”.