Saúde e Bem-estar

Roraima é segundo Estado sob maior risco de adoecimento de Tuberculose

Os municípios que mais registram casos de tuberculose em 2022 são: Boa Vista 377 casos (77,0%), Alto Alegre 20 (4,1%) e Pacaraima 16 casos (3,2%)

Junto do lançamento da Campanha Nacional de Combate à Tuberculose, que reforça a importância de medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento correto para a doença pelo Ministério da Saúde, foi divulgado também o novo boletim epidemiológico com dados atualizados atualizados sobre a TB.

De acordo com o boletim, em 2022, as Unidades da Federação (UF) que apresentaram populações sob maior risco de adoecimento por TB foram Amazonas com 84,1 casos por 100 mil habitantes, Roraima com 75,9 casos por 100 mil habitantes e Rio de Janeiro com 68,6 casos por 100 mil habitantes.

Ainda de acordo com a pasta, mesmo sendo uma enfermidade com medidas de prevenção e tratamento gratuito disponível, foram registradas 5.072 mortes, gerando um coeficiente de 2,38 óbitos por TB por 100 mil habitantes. 

A mortalidade por tuberculose vinha se reduzindo há aproximadamente duas décadas, porém em 2021, essa tendência se reverteu. A última vez que o país registrou número de óbitos por TB superior a 5 mil foi em 2002. 

A Secretaria de Saúde de Roraima informou à FolhaBV que foram diagnosticados 490 casos de Tuberculose em Roraima. Os dados levam em consideração o período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2022.

Segundo a Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), alguns grupos populacionais podem apresentar situações de maior vulnerabilidade, como a população privada de liberdade (PPL), população indígena e os imigrantes. Dos casos notificados em 2022, 209 casos (42,7%) são de privados de liberdade, 138 casos (28,2%) de imigrantes e 74 (15,1%) de indígenas.

Os municípios que mais registram casos de tuberculose em 2022 são: Boa Vista 377 casos (77,0%), Alto Alegre 20 (4,1%) e Pacaraima 16 casos (3,2%).

O tratamento contra a doença é acessível e pode ser feito pelo Sistema Único de Saúde, em qualquer Unidade Básica de Saúde.

A doença 

Gerson de Almeida, pneumologista, conta que a TB é uma doença infectocontagiosa, que acomete principalmente os pulmões, mas pode atingir outros órgãos como a laringe, gânglios, sistema nervoso central, intestino, rins, entre outros.

“Segundo o Ministério da Saúde, em 2019 cerca de 10 milhões de pessoas desenvolveram a doença e 1,2 milhões de pessoas morreram. No Brasil, que está entre os 30 países do mundo com alta carga de tuberculose, a incidência da doença foi de 31,6 casos por 100 mil habitantes e de cerca de 4,5 mil mortes por ano”, relata o especialista. 

Gerson de Almeida explica que a tuberculose é uma doença evitável, onde deve ser feita a identificação precoce de casos suspeitos e o tratamento correto de casos confirmados, pois estima-se que uma pessoa infectada pode transmitir a tuberculose para 10 ou 15 pessoas em um período de um ano.

“O SUS tem um programa de combate à tuberculose muito bem organizado, fornece tratamento eficaz e gratuito e quando a pessoa não trata, não identifica a doença e não controla, pode ter sequelas graves no pulmão e até mesmo morrer”, informa.

Prevenção

O pneumologista orienta para que se possível evitar ambientes fechados, com má circulação de ar e má iluminação. Evitar estar em contato com pessoas que sabem que estão infectadas e transmitindo a doença, mas frisa que cerca de 15 dias após o início do tratamento, o paciente não transmite mais a doença. 

“É importante que se alguém teve contato [com um infectado], deve procurar um serviço de saúde para fazer um rastreio da doença, pois essa pessoa pode estar com a doença ativa também transmitindo ou pode estar com a doença latente”, informa. 

O médico ressalta também a importância da vacina BCG, que é dada na infância, pois a mesma previne contra as formas graves da doença como a tuberculose do sistema nervoso central.