Roraima alcançou a classificação “azul”, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa, com a maior taxa de redução no número de mortes pela doença, com queda de -67,6%, liderando o grupo de onze estados brasileiros que têm registrado diminuição no número de óbitos pela COVID-19, nos últimos dias.
De acordo com a médica infectologista Alessandra Martins, apesar dos registros mostrarem que Roraima viveu o pico máximo da doença na primeira semana de junho e atualmente registra a queda expressiva no número de óbitos, é preciso analisar os próximos cenários com cautela.
“Nós observamos que estamos em queda tanto nas mortes quanto no número de casos confirmados para a COVID. É claro que essa redução reflete controle da doença, no entanto, não podemos esquecer das consequências relacionadas às medidas de flexibilização e ficarmos atentos quanto aos resultados que a mesma pode nos trazer. Para isso, é fundamental nos mantermos atentos”, ponderou.
A médica explicou que os cuidados para evitar a transmissão devem ser mantidos, pois não há ainda uma vacina, ou seja, a sociedade precisa manter as medidas de segurança. Conforme a coordenadora geral de Vigilância em Saúde, Valdirene Oliveira, a investigação de óbitos também tem papel importante na finalização e atualização dos registros, “pois reflete o encerramento de casos referentes às semanas epidemiológicas que passaram a apresentar um resultado concreto nos sistemas de notificação e essa conclusão da investigação epidemiológica também passou a ser feita de forma mais rápida por alguns municípios, o que contribui para a atualização dos dados”.
Segundo o secretário de saúde, Marcelo Lopes, as medidas direcionadas para a reestruturação da saúde roraimense foram fundamentais na diminuição dos registros.
As ações incluem a ampliação de leitos no HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento), que é a unidade referência no tratamento de pacientes com a doença, bem como a reorganização do fluxo de atendimento no HMINSN (Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth) e no Hospital Regional Sul Ottomar de Souza Pinto, no município de Rorainópolis.
“O Estado buscou de todas as formas trabalhar para colocar as medidas em prática. Foram dias de trabalho intenso para oferecer assistência da melhor maneira possível. Taís estratégias envolveram também a ampliação de leitos no Hospital de Campanha e reforço no Hospital de Rorainópolis, com a instalação de leitos de UTI, além do bloco de isolamento na Maternidade, ou seja, graças a esse reforço na capacidade de assistência, temos tido esse bom resultado”, esclareceu.
Conforme o secretário, a partir do reforço na capacidade de tratamento houve um melhor atendimento e a redução também na pressão hospitalar. “A diminuição no número de óbitos é refletida pela melhor assistência e o cuidado, o que evita o agravamento daqueles casos que poderiam evoluir para óbitos. Outra questão importante é que não podemos esquecer do trabalho continuado por parte dos profissionais de saúde”, complementou.