Roraima registra maior taxa de detecção de Aids no Brasil

Os dados divulgados pelo Ministério da Saúde são referentes ao ano de 2023

Boa Vista, capital do estado, registrou o maior número de notificações de HIV (259) e de aids (220), além de concentrar 123 casos de sífilis congênita. (Foto: Reprodução/Istock)
Boa Vista, capital do estado, registrou o maior número de notificações de HIV (259) e de aids (220), além de concentrar 123 casos de sífilis congênita. (Foto: Reprodução/Istock)

Roraima liderou o ranking nacional de detecção de Aids em 2023, com uma taxa de 41,5 casos por 100 mil habitantes, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Apesar do aumento da detecção de casos – diretamente ligado ao fato de algumas pessoas se testarem pela primeira vez – a taxa de mortalidade por aids foi de 3,9 óbitos, a menor desde 2013. Em 2023, Roraima registrou 55 mortes pela doença.

Boa Vista, capital do estado, registrou o maior número de notificações de HIV (259) e de aids (220), além de concentrar 123 casos de sífilis congênita e 392 de tuberculose.

Ainda em relação ao estado, Alto Alegre e Iracema apresentaram índices de 2,3% e 0,9%, respectivamente, de crianças menores de 10 anos com sorologia reagente para oncocercose.

Entre os casos de infecção por HIV notificados no estado, 70,7% ocorreram em pessoas do sexo masculino, com 53,6% envolvendo homens que fazem sexo com homens. A maior parte das notificações foi registrada na faixa etária de 20 a 29 anos, representando 37,1% dos casos. Pessoas pretas e pardas foram maioria entre os infectados, correspondendo a 63,2% das notificações.

Em relação aos casos de AIDS, as faixas etárias mais afetadas foram as de 25 a 29 anos (34%) e de 30 a 34 anos (32,5%). Quando observados apenas os casos em homens, essas faixas representam 54,8% e 50,3%, respectivamente. Entre as categorias de exposição, 43,9% dos casos de AIDS notificados em 2024 ocorreram em homens homossexuais e bissexuais.

Além disso, seguindo as diretrizes do Global Trachoma Mapping Project (GTMP), o Brasil realiza, desde 2018, o “Inquérito nacional de prevalência para a validação da eliminação do tracoma”.

Até o momento, 10 unidades não indígenas atingiram as metas para certificação. Atualmente, a pesquisa está sendo conduzida em cinco áreas indígenas, incluindo localidades em Roraima, Maranhão e Amazonas.