Saúde e Bem-estar

Roraima registrou mais de 25 mil casos de malária em 2022

Dados foram divulgados após Governo Federal lançar uma campanha de prevenção e combate à malária na região amazônica, nesta terça-feira (25)

O estado de Roraima registrou 25.654 casos de malária ano passado, 350 a menos do que em 2021, de acordo com o Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica da Malária, do Ministério da Saúde (MS). A divulgação dos dados ocorreu após o MS lançar uma campanha de prevenção e combate à malária na região amazônica, nesta terça-feira (25). 

Segundo o MS, a campanha de publicidade será veiculada na televisão, rádio, internet, redes sociais e outdoors nos estados, além de divulgação em carros e barcos de som, para que a informação chegue à população das localidades mais vulneráveis. Cerca de 99% dos casos de plasmodium, protozoário que causa a doença, estão no Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

No estado, conforme o Núcleo de Controle da Malária (NCM), a maior incidência foi registrada em Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Alto Alegre e Amajari, municípios que contemplam a Terra Indígena Yanomami. A capital, Boa Vista, não encontra-se na incidência apontada pelo núcleo, mas registrou 12.590 positivos em 2022.

Neste ano, 4.095 positivos já foram registrados, segundo a prefeitura. Até janeiro, 1.282 casos foram notificados segundo informou o Governo de Roraima.

De acordo com NCM, Roraima tem o controle da malária com a adoção do diagnóstico precoce e pronto tratamento dos casos, planejamento e implementação de medidas seletivas e sustentáveis. Tudo isso ajustado às características da transmissão particulares de cada localidade onde há incidência de casos.

O estado também participou do evento promovido pelo Ministério da Saúde em alusão ao dia de combate à malária. No local, além do lançamento da campanha, o MS reforçou que a doença tem cura e tratamento eficaz, simples e gratuito. Todos os medicamentos para o tratamento de malária estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

Malária em TI Yanomami


Seis mil testes rápidos para detecção de malária foram enviados para comunidades da TI Yanomami. (Foto: Divulgação/Ministério da Saúde)

Os dados do MS mostraram que houve, entre 2021 e 2022, uma redução na transmissão de malária em áreas rurais, urbanas, de assentamento e até indígena, que registrou a queda de 46.048 para 38.807. No entanto, na área de garimpo houve exceção com um aumento de 11,4% dos casos, passando de 20.554, em 2021, para 22.889 no ano seguinte.

A região da Terra do povo Yanomami tem passado por um surto de malária. No dia 13 de abril, o Centro de Operação de Emergências em Saúde Pública (COE-Yanomami) informou que indígenas e agentes de saúde, envolvidos na ajuda humanitária em Surucucu, estariam com malária.

Em fevereiro, testes rápidos de malária foram enviados ao estado. O MS distribuiu 171,9 mil testes, para atender estados da federação e Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Outros 300 mil testes serão entregues em duas etapas ao longo do ano de 2023. 

Sintomas
A malária, também conhecida como paludismo, febre intermitente, febre terçã benigna ou maligna é transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles infectada por uma ou mais espécies de protozoário do gênero Plasmodium. Segundo a  Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), os sintomas da malária incluem febre, cansaço, mal-estar, enjoo, tontura, dor de cabeça, dores no corpo, perda do apetite e pele amarelada. 

A doença pode evoluir para suas formas graves se não for diagnosticada e tratada de forma adequada, devido o Plasmodium falciparum, considerado o mais agressivo. Esta é a forma grave da doença, cujos sintomas são: prostração, alteração da consciência, dispnéia ou hiperventilação, convulsões, hipotensão arterial ou choque e hemorragias.

Diagnóstico e prevenção


O teste detecta antígenos específicos dos parasitos de malária, que estão presentes no sangue das pessoas infectadas. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Para detectar a malária, as pessoas que suspeitarem dos sintomas podem realizar o teste. Em Boa Vista, os testes estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) Sílvio Botelho, Caranã, Olenka Macellaro, Asa Branca, Sayonara, Buritis, Pricumã e 13 de Setembro, além do Hospital da Criança Santo Antônio. 

Nas unidades estaduais, é possível ter um diagnóstico na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, Hospital Geral de Roraima (HGR) e Pronto Atendimento Cosme Silva. O Núcleo de Controle da Malária informou que todos os municípios possuem uma equipe multiprofissional, veículos (carros e motos) combustíveis, bombas para borrifação, bomba para nebulização, inseticidas, mosquiteiros impregnados, medicamentos antimaláricos, teste rápido e uma rede de laboratórios de malária para combater essa doença.