O ano de 2021 inicia com o alerta sobre a hanseníase, uma doença contagiosa e crônica, mas que apresenta alta taxa de cura. Em Roraima, nos últimos dois anos, os registros de cura superam a meta estabelecida pelo MS (Ministério da Saúde), que é de 83,5%, e os dados ainda podem aumentar, uma vez que o sistema de informação do ano anterior ainda está em fase de conclusão.
Nos últimos dois anos, Roraima registrou um total de 448 casos, entre curados, casos novos e em tratamento. O Estado fechou em 2019 com 83 pacientes que alcançaram percentual de cura, chegando a 87%. No ano passado, 68 pacientes foram curados, chegando ao percentual de cura de 84%.
No mês dedicado à sensibilização sobre a doença, que antigamente era conhecida como lepra, a gerente do Núcleo de Controle de Hanseníase, Rita Fonseca, explica que o Estado faz o acompanhamento dos indicadores junto aos municípios.
“Aqueles municípios que não estão conseguindo atingir os índices preconizados pelo MS, recebem do Estado um contato mais próximo, com ações e estratégias para que possam fazer a busca ativa dos pacientes, a orientação e a adesão ao tratamento. Esse ano fizemos reuniões por videoconferência com os municípios, por conta da COVID-19, mas tão logo a pandemia seja superada queremos retomar as palestras, blitzes educativas e outras ações”, esclareceu.
A médica dermatologista Ana Paula Vitti ressalta que o Janeiro Roxo é um mês importante para a saúde roraimense. “É preciso estar alerta, porque a transmissão da hanseníase acontece por meio do ar, através de alguém doente que não esteja em tratamento, para uma pessoa saudável que esteja suscetível à doença. Essa é uma doença que se tem por íntimo contato, ou seja, familiar, por exemplo”, explicou a dermatologista.
A médica reforça que se alguém da família apresenta hanseníase, todos devem fazer o teste. “O período de incubação da hanseníase varia de dois a cinco anos após o contato com a doença. Isso depende de pessoa para pessoa. O único modo de prevenção da hanseníase até hoje ainda é o diagnóstico precoce intradomiciliar”, disse.
DIAGNÓSTICO – De acordo com a gerente do núcleo, sinais e sintomas não devem ser ignorados. Os sintomas mais comuns da hanseníase são: perda de sensibilidade, manchas esbranquiçadas, marrons ou avermelhadas, sensação de formigamento ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato.
“No Brasil, o tratamento de hanseníase é disponibilizado gratuitamente pelo SUS [Sistema Único de Saúde], assim como a medicação. Em caso de suspeita, procure imediatamente o posto de saúde mais próximo”, orienta Rita.