Apesar de não ser tão discutida, a compulsão alimentar é um distúrbio muito comum em meio a população. Ela é caracterizada pela ingestão descontrolada de alimentos, mesmo sem fome ou necessidade física. Ou seja, apenas comer muito por sentir muita fome não se caracteriza neste quesito.
Em geral, a pessoa compulsiva perde o controle sobre o que está ingerindo e em qual quantidade. Psicóloga há mais de seis anos, Larissa Freitas é especialista em Terapia Cognitiva Comportamental e disse que os casos são muito comuns em seu consultório.
Segundo Larissa, quem sofre desse distúrbio, tem um impulso incontrolável de comer a toda hora, mesmo após uma refeição e se sentir satisfeita, a pessoa não consegue dispensar mais uma alimentação. Os alimentos de maior tendência são os mais calóricos como doces, chocolates, sorvetes, batata frita, pizza e hambúrguer, que surgem como uma “recompensa” no cérebro da pessoa.
Outra característica importante de quem sofre desse distúrbio geralmente é ter uma tendência a se alimentar de forma muito rápida. Comer rápido e não mastigar o suficiente, em geral, faz com que se coma mais calorias e, por isso, é comum que se engorde. Isso acontece porque ao se comer rápido, o estômago não tem tempo para enviar sinais ao cérebro, sinalizando que é momento de parar.
No entanto, além de engordar, comer rápido também pode conduzir a outros problemas gastrointestinais especialmente má digestão, azia, gases ou barriga inchada, por exemplo.
O que leva uma pessoa a desenvolver a compulsão?
De acordo com a psicóloga, algumas origens podem ser os gatilhos emocionais, um tratamento incorreto, algum conflito ou trauma na infância, relacionamentos, relações sociais em trabalho e principalmente a baixa autoestima, são fatores que podem desencadear este problema nas pessoas.
“Você se vê de uma forma diferente das outras pessoas também. Além da distorção de imagem, a ingestão de muita comida causa também a obesidade, diabetes, problemas cardiovasculares, infertilidade, transtorno psicológico, e até mesmo uma depressão”, ressaltou Larissa.
Cuidado com autodiagnostico
É essencial um tratamento eficiente com o devido diagnóstico de um médico e o acompanhamento de um nutricionista, para trabalhar a questão da alimentação, mostrando alternativas de alimentos mais saudáveis, e também, um psicólogo, exercendo um papel fundamental para o paciente de trabalhar o autocontrole, e entender as questões que o levam a descontar na comida.
“Às vezes a gente pesquisa na internet e aqueles resultados vão criando coisas na cabeça das pessoas e isso é muito perigoso, talvez ela vá tentar fazer alguma coisa sozinha pra resolver aquilo baseado em vídeos na internet e se decepcionar quando não der certo”, explicou.
Portanto, caso você reconheça sinais de compulsão alimentar, o recomendável é procurar ajuda de um profissional e não seguir dietas e tratamentos oferecidos na internet.
A psicóloga ressalta que tem planos de realizar um projeto voltado especialmente para o acompanhamento especial às mulheres que sofrem deste distúrbio, com o apoio de uma nutricionista. Por motivos de viagens e demais circunstâncias, ele ainda está no papel com previsão de lançamento até o final do ano.