Apreciada por mais de 30% da população mundial, principalmente pelos brasileiros, a cerveja foi objeto de estudo do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool. A pesquisa revelou o que muitos já sabem: No Brasil, é comum que a bebida seja consumida para ‘afastar’ sentimentos de estresse e tristeza. Mas quais podem ser os efeitos a longo prazo do consumo regular da bebida?
Apesar de muitos estudos já terem revelado os benefícios da ingestão de álcool em situações clínicas, não existe uma quantidade exata que delimite quando o álcool faz bem e quando passa a fazer mal para a saúde. Por isso, é necessário ter em mente que, quando o assunto é o consumo desse tipo de bebida, não existe dose segura.
Também é importante compreender que cada organismo reage ao álcool de maneira diferente, e a depender de variadas situações como doenças pré-existentes, gênero e etnias, maior ou menor resistência ao álcool, gestação, entre outros fatores.
Apesar de considerada leve, quando comparada a outras bebidas como o vinho e destilados, a cerveja contém álcool etílico, substância psicoativa com potencial de causar dependência e impactar negativamente o organismo.
De acordo com o estudo, o consumo diário, mesmo que de apenas uma lata de cerveja, está ligado à morte precoce (por diversas causas), doenças do coração, maior risco de tumores, alterações no metabolismo e mudanças neurológicas.
Entenda melhor
Quando o assunto é morte precoce, o estudo revelou que, no Brasil, o consumo de álcool está ligado à acidentes de trânsito, agressividade e violência, cirrose hepática, doenças respiratórias e complicação arterial coronariana.
Além disso, o estudo, junto à dados da Federação Mundial do Coração, apontaram relação entre o alcoolismo e Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs), hipertensão, fibrilação arterial e aneurisma.
No que diz respeito ao aparecimento de tumores, o Instituto Nacional de Câncer (Inca), aponta que as doses alcoólicas diárias estão associadas a vários tipos de câncer: boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, fígado, intestino (cólon e reto) e mama.
No aspecto metabólico, o estudo aponta que o consumo diário da bebida está relacionado ao ganho de peso, visto que cada lata pode ter até 150 kcal. Existem evidências de que o hábito está ligado ao desenvolvimento do diabetes.
Além disso, álcool também altera algumas ações metabólicas como a queima de gordura. Isso favorece o seu acúmulo, principalmente na região abdominal, a famosa barriga de chopp.
A curto prazo, os efeitos do álcool no corpo são dor de cabeça, alterações no sono, perda de memória e funções motoras básicas. A longo prazo, a literatura médica aponta a dependência, alterações no humor, demência precoce, pensamentos suicidas e perda das capacidades de raciocínio, planejamento e controle inibitório.
Tolerância e dependência
O uso repetido do álcool leva à tolerância, que faz com que a pessoa aumente as doses para obter as mesmas sensações. Esse efeito pode levar rapidamente à dependência da substância. Quem faz uso nocivo do álcool, começa a ter dificuldades em seus relacionamentos, no ambiente escolar e profissional, além de alterações na forma de pensar e sentir.
Todo problema relacionado à saúde fisiológica e mental deve ser levado a profissionais qualificados para o tratamento dos sintomas a curto, médio e longo prazo. Procurar ajuda médica, psicológica e até mesmo do grupo de Alcoólicos Anônimos da sua região é fundamental para reduzir os danos do etilismo.