Os servidores do Centro Especializado em Reabilitação II (CER II) relataram uma rotina de assédio moral por da gestão da unidade. A denúncia foi feita à FolhaBV.
A unidade é integrada ao Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência (CIAPD) e deve atender, em média, 6 pacientes por dia. Segundo o relato, os profissionais são constantemente pressionados a atender um número elevado de pacientes, sem as condições mínimas para realizar os atendimentos de forma adequada, além da falta de pausas para necessidades básicas.
Os servidores sofrem pressão constantes para atender mais pacientes, sem material, sem qualquer tipo de capacitação oferecida pela instituição. A direção não respeita os pacientes e seus responsáveis os tratando com falta de respeito. Alega que ‘não somos depósito de pessoas com deficiência’ e por isso que os técnicos ‘não podem ficam por um longo tempo com os pacientes no horário’, tendo que dar alta mesmo o paciente necessitando da continuidade da atendimento.
disse o denunciante, que não quis se identificar.
Os profissionais ainda afirmaram que a gestão tem um tratamento desrespeitoso com os funcionários. Entre as ações denunciadas estão humilhações públicas, exposição de informações sigilosas sobre atestados médicos e ameaças de transferência para outros setores dentro da Secretaria de Saúde.
“[A gestão] gera fofocas e intrigas entre os servidores, privilegia alguns e persegue outros, costuma chamar atenção de servidores na frente de outros deixando os constrangidos. Somos tratados como peças descartáveis. Se não nos submetemos às condições impostas, somos ameaçados ou devolvidos para a Sesau [Secretaria de Saúde], e saímos com a fama de maus servidores”, completou o servidor.
Déficit de profissionais
A situação no Centro de Reabilitação já estaria tão agravada que um déficit profissional é sentido na unidade. Isso porque muitos profissionais pediram remoção ou afastamento por motivos de saúde, muitos com atestados psiquiátricos. Conforme a denúncia, desde o início da gestão, ao menos 15 servidores já teriam sido afastados.
Apesar das denúncias protocoladas junto à Ouvidoria Geral do Estado e ao Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), os servidores afirmam que até o momento nenhuma providência foi tomada. “Estamos trabalhando em um ambiente tóxico, sem apoio das instituições responsáveis”, lamentou o servidor.
Outro lado
A FolhaBV procurou a Secretaria de Saúde (Sesau) para se manifestar sobre a denúncia. Em reposta, por meio de nota, a pasta afirmou que encaminhou a denúncia para abertura de sindicância e já está sendo feita uma apuração preliminar. Confira a nota completa.
A Secretaria de Saúde informa que a Ouvidoria Geral do SUS em Roraima recebeu a denúncia e a encaminhou para abertura de sindicância.
Ressalta que foi aberto processo na Coordenadoria da Comissão Permanente de Sindicância e está sendo feita a apuração preliminar, que ocorre de forma sigilosa.