Publicada às 11h35; Atualizada às 15h23
Os dados divulgados hoje, 9, pela Secretaria de Saúde Estadual (Sesau) apontam epidemia de sarampo em Roraima. Como houve a confirmação de mais um caso no interior, em Uiramutã, Roraima sai do status de surto para epidemia da doença no estado.
“Já estamos enfrentando uma epidemia, estamos em um território com três municípios, há casos confirmados em outros estados e com isso muda-se a classificação de surto para epidemia”, disse a coordenadora Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), Daniela Souza.
Conforme Daniela, existem notificações na capital, Boa Vista, e nos municípios de Alto Alegre, Amajari, Cantá, Caroebe, Mucajaí, Pacaraima, Rorainópolis, São João da Baliza e Uiramutã. Dessas notificações, 46 foram confirmadas em Boa Vista, 12 em Pacaraima e um caso em Uiramutã.
Houve um aumento também no número de casos de sarampo confirmados em brasileiros. Até a semana passada, oito brasileiros foram confirmados com a doença, e agora cresceu para 14 pessoas da nacionalidade brasileira.
Os indígenas venezuelanos continuam sendo a maioria dos 59 casos confirmados até o momento. Desse total, 45 são venezuelanos, sendo 22 indígenas da etnia Warao. A maioria das pessoas que contraíram a doença é do sexo masculino (41) e 18 são mulheres.
“Infelizmente o surto vai crescendo, o regulamento sanitário internacional não me permite que eu cobre a vacinação na entrada do país, além de outras situações que dificultam esse bloqueio. O que a gente enxerga agora é que precisamos levar essa discussão adiante, mudar esse regulamento, ver de alguma maneira se tem alguma brecha, porque é uma situação que não vai parar, por mais que a gente vacine a todos”, completou.
Ao total, a Sesau registrou até o momento 234 notificações. Só esta semana foram 21 novas notificações. Dois óbitos foram registrados, sendo duas crianças venezuelanas. Até agora existem notificações para 10 municípios, sendo 13 casos confirmados no interior.
VACINAÇÃO
Sobre a campanha de vacinação, que termina esta terça-feira, 10, a coordenadora Geral de Vigilância em Saúde, Daniela Souza, informou que é provável que a ação seja prorrogada, adotando novas estratégias de mobilização, que serão divulgadas em breve.
“Nós deveremos fazer uma pausa para uma análise de que maneira ela será trabalhada futuramente, já que nós trabalhamos intensamente desde a confirmação do primeiro caso. É preciso analisar para onde esses esforços estão indo e para onde terão que ser direcionados neste segundo momento, para que possamos controlar essa epidemia no Estado”, concluiu.
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