O presidente do Sindconam-RR (Sindicato dos Condutores de Ambulância de Roraima), Robson Avelino de Carvalho, denunciou o ‘sucateamento’ do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em Roraima, detalhando principalmente a realidade de Boa Vista e Caracaraí.
O levantamento feito pela entidade foi entregue ao Ministério Público de Roraima (MPRR) para cobrar fiscalização e outras providências. O documento relata que 14 municípios roraimenses recebem mensalmente R$ 27.137,50 de recursos federais para custear cada ambulância do serviço. Boa Vista, por sua vez, recebe R$ 260.520,00 para custear as unidades.
O relatório narra que, na maioria dos municípios do Estado, especialmente na capital, o Samu está “sucateado”, na oficina quebrada, a ponto de pegar emprestadas viaturas que atendem o Hospital da Criança Santo Antônio.
À Folha, Robson Avelino acrescentou que, em Boa Vista, existem viaturas sem ar-condicionado e denunciou que, pela falta de empresa especializada em lavagem, os próprios condutores de ambulância lavam os veículos na base do Samu. “Jogam os dejetos, o sangue, tudo vai pro solo, em lavagem em local inadequado”, disse.
No relatório, o presidente do Sindconam narra que nos demais municípios, há bases sem viaturas, sem alimentação para os condutores de ambulância e que profissionais da Enfermagem trabalham sem uniformes, equipamento de proteção individual indispensável no serviço.
O sindicato cita possível “abandono” e “precariedade” há mais de oito meses em algumas unidades. Segundo a instituição, há bases que não têm mais servidores da manutenção e limpeza, o que força condutores e profissionais da Enfermagem a preparar a própria alimentação. É o caso da base descentralizada do Samu de Caracaraí, diz o Sindconam.
O que diz o secretário municipal de Saúde
O secretário municipal de Saúde, Rafael Souza Coelho, disse que a ambulância do Município tem mais de cinco anos de uso e mais de 200 mil quilômetros rodados e que, naturalmente, passa por desgaste e que a dificuldade para consertá-la é a falta de peças de reposição no mercado roraimense. “Quando quebra, a gente espera de 20 a 30 dia pra conseguir uma peça de SP ou de outro estado, só que a nossa até está saindo da oficina, a caminho de Caracaraí”, afirmou ele, dizendo ainda que as denúncias sobre a falta de alimentação e de profissionais sem fardamento são falsas e motivadas politicamente.
Outros órgãos
A reportagem também procurou a Prefeituras de Boa Vista e o MPRR, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.
*Por Lucas Luckezie