Mulheres que sofrem ou já sofreram violência poderão ter acesso a atendimento psicológico gratuito de qualquer lugar do Brasil. O serviço online é oferecido com o intuito de apoiá-las no enfrentamento e rompimento dos ciclos de violência (confira quando buscar ajuda ao final da reportagem).
Trata-se do programa “Ser Mulher”, da Legião da Boa Vontade (LBV), organização não governamental sediada em São Paulo com atuação em todo o País. “Os atendimentos são totalmente gratuitos e acontecem pela plataforma WhatsApp. Se você mulher é vítima de violência ou conhece uma menina ou mulher que é vítima de violência, envie mensagem para o WhatsApp (11) 99996-6557 e inscreva-se em nosso programa”, disse a psicóloga coordenadora do projeto, Priscila Mendes.
Os critérios para se inscrever no programa são: ser mulher, ter a partir de 12 anos de idade, possuir histórico de vivência de violência e ter acesso a um aparelho com internet. Após o primeiro contato pelo WhatsApp do projeto, a interessada só deve aguardar a primeira sessão, conforme a agenda dos profissionais disponíveis.
Roraima: um dos mais violentos contra a mulher
O último Anuário de Segurança Pública apontou Roraima com a segunda maior taxa de homicídios contra mulheres em 2022, com 10,8 mortes para cada 100 mil habitantes. Além disso, o Estado aparece como o segundo que mais provocou lesão corporal em mulheres em atos de violência doméstica (504,8 para cada 100 mil habitantes).
Saiba quando procurar ajuda
A LBV lembra que as mulheres podem sofrer quatro tipos de violência (psicológica, moral, patrimonial e física), o que reforça a necessidade de buscar ajuda. Conheça cada tipo a seguir:
- Violência psicológica: danos emocionais e queda na autoestima. Controla suas ações, comportamentos, crenças e decisões (ameaças; constrangimento; humilhação; manipulação; proibição de estudar; viajar; encontrar amigos e familiares; vigilância constante; perseguição; insultos; chantagem; exploração; distorção e omissão de fatos para deixar a mulher em dúvida sobre sua coerência, saúde mental e/ou memória);
- Violência moral: calúnia, difamação ou injúria (acusações; julgamento da conduta e vestimenta da mulher; críticas mentirosas; exposição da mulher; rebaixamento por meio de xingamentos);
- Violência patrimonial: busca negar acesso a direitos, controlar ou destruir os pertences da mulher (atos contra os pertences pessoais ou de trabalho; controle do dinheiro da mulher; não pagamento de pensão alimentícia; destruição de documentos; furto; extorsão; estelionato; privação de bens, valores e recursos econômicos; causar danos a objetos da vítima);
- Violência física: atenta contra a integridade ou saúde corporal da mulher (espancamento; atirar objetos; sacudir; apertar braços; estrangulamento; sufocamento; lesões com uso de objetos; ferimentos causados por queimaduras ou armas de fogo; tortura).