Saúde e Bem-estar

Tetraplégico aguarda há 7 meses por cirurgia no pescoço

Os familiares de Josiel Sobral, 31 anos, ainda tentaram arrecadar dinheiro, mas não foi o suficiente

O paciente Josiel Sobral de Oliveira, de 31 anos, é tetraplégico e aguarda cirurgia na coluna cervical há sete meses no Hospital Geral de Roraima (HGR).

Josiel sofreu um acidente em novembro do ano passado, na Vila Campos Novos, interior de Mucajaí. A motocicleta que ele conduzia colidiu com uma árvore e o rapaz teve várias fraturas na coluna.

Ao ser encaminhado para o HGR, de acordo com os familiares de Josiel, os médicos informaram que não poderiam fazer o procedimento cirúrgico porque os materiais estariam em falta.

“Logo em seguida, foi marcado duas vezes a cirurgia, mas não foi feita porque não tinha material e alegaram que não tinha vaga na UTI [Unidade de Terapia Intensiva]. Quando conseguimos a vaga, o hospital estava com falta de material simples, como luva e jaleco”, relatou a irmã Joice Sobral.

Ainda segundo a irmã, como no final do ano houve aumento dos casos de covid-19 no estado de Roraima, Josiel foi transferido para o Lotty Iris. Internado na nova unidade, passou mais de 30 dias e os familiares pediram a alta do paciente pois estaria dividindo quarto com vítimas do vírus.

Atualmente Josiel está aguardando a cirurgia em casa, em Mucajaí, e fazendo fisioterapia. Segundo Joice, o irmão só movimenta os olhos e a boca. 

“Meu irmão foi abandonado pelo estado porque, embora aja matérias informando sobre retorno das cirurgias, meu irmão aguarda. Está fazendo fisioterapia porque estamos fazendo vaquinha para pagar”, disse a irmã.

Em março deste ano os familiares tentaram arrecadar dinheiro para pagar o procedimento, mas o valor foi abaixo do necessário. De acordo com Joice, o dinheiro está em conta bancária, sendo retirado quantias para custear medicamentos, enfermeiros e exames.

Outro lado – A Secretaria da Saúde informou que as cirurgias eletivas estão sendo realizadas de forma gradativa, conforme agenda feita por cada especialidade, priorizando a gravidade e o risco de sequela, conforme protocolos do Ministério da Saúde.

Ressalta que a gestão está trabalhando, reforçando o quantitativo de profissionais, para reduzir a espera e acelerar o atendimento de todos os pacientes que necessitam de intervenção cirúrgica.