SAÚDE

Variante Pirola da Covid-19 não representa risco a vacinados, aponta OMS

Variante carrega mais de 35 mutações em comparação com a XBB.1.5, que foi a variante dominante em diversos países do mundo em 2023.

Necessidade de imunização é reforçada pela OMS (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Necessidade de imunização é reforçada pela OMS (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (6), Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), informou que a variante BA.2.86 do vírus da Covid-19, popularmente denominada “Pirola”, foi “detectada em pequenos números em 11 países”.

A variante, inicialmente identificada na Dinamarca em julho, possui mais de 35 mutações significativas em relação à XBB.1.5, variante que predominou em diversos países em 2023. A OMS está acompanhando a nova linhagem de perto para entender sua transmissibilidade e eventuais impactos.

Até o presente momento, não se registrou a presença da BA.2.86 no Brasil.

Pesquisas realizadas em dois laboratórios norte-americanos indicam que o sistema imunológico pode ser tão eficaz – ou até mais – contra a “Pirola” quanto contra variantes da XBB em circulação. Nesses estudos, os pesquisadores testaram a resposta imunológica de 66 indivíduos, avaliando a capacidade dos anticorpos de atuarem contra dez subvariantes da Ômicron, incluindo a BA.2.86.

Dan Barouch, diretor do Centro de Virologia e Pesquisa de Vacinas do Beth Israel Deaconess Medical Center e um dos líderes da pesquisa, afirmou: “Dois laboratórios independentes mostraram basicamente que BA.2.86 essencialmente não é uma fuga imunológica adicional em comparação com as variantes atuais”.

No momento, não existem evidências de que a variante “Pirola” seja resistente à proteção oferecida pelas vacinas contra a Covid-19 ou que possa causar um aumento nos casos graves da doença.

As empresas farmacêuticas Moderna e Pfizer, ambas produtoras de vacinas contra a Covid-19, garantiram que seus imunizantes atualizados são eficazes contra a linhagem BA.2.86. A Moderna revelou que sua vacina produziu um aumento de 8,7 vezes na resposta de anticorpos neutralizantes contra BA.2.86. Por outro lado, a Pfizer, em colaboração com a BioNTech, observou uma robusta resposta contra a variante em estudos pré-clínicos com ratos.

Está previsto que as versões atualizadas das vacinas, direcionadas para a subvariante XBB.1.5, sejam disponibilizadas pelas empresas no início da primavera.