ANÁLISE

'Adolescência': Uma reflexão sobre os perigos da juventude conectada e o distanciamento entre os pais

Um dos aspectos mais impactantes da série é sua abordagem sobre a influência de comunidades misóginas na internet,

Desde sua estreia em 13 de março de 2025, a minissérie britânica Adolescência tem sido amplamente discutida por sua abordagem crua e realista sobre os desafios da juventude contemporânea (Foto: Divulgação)
Desde sua estreia em 13 de março de 2025, a minissérie britânica Adolescência tem sido amplamente discutida por sua abordagem crua e realista sobre os desafios da juventude contemporânea (Foto: Divulgação)

Desde sua estreia em 13 de março de 2025, a minissérie britânica Adolescência tem sido amplamente discutida por sua abordagem crua e realista sobre os desafios da juventude contemporânea. Criada por Jack Thorne e Stephen Graham, a produção acompanha Jamie Miller, um adolescente de 13 anos acusado do assassinato de uma colega de classe, enquanto explora temas como bullying, a influência da internet e a propagação de ideologias misóginas entre os jovens. Com 99% de aprovação no Rotten Tomatoes, a série não apenas conquista a crítica, mas também levanta debates urgentes e necessários.


O bullying e suas consequências irreversíveis

Em Adolescência, o bullying não é retratado como um problema pontual ou passageiro, mas como um ciclo destrutivo que pode levar a consequências extremas. A violência psicológica e física entre os adolescentes ganha um tom ainda mais perturbador quando percebemos que ela é amplificada pela exposição digital. A série evidencia o impacto do assédio constante e como ele pode moldar a identidade e a percepção de mundo dos jovens, muitas vezes empurrando-os para soluções desesperadas.

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A internet e o acesso desenfreado a conteúdo violento

Outro ponto essencial da trama é a maneira como a internet serve tanto como refúgio quanto como um catalisador para comportamentos destrutivos. Jamie, como muitos adolescentes, encontra no mundo digital um espaço onde pode se expressar e buscar respostas para seus conflitos internos. No entanto, a série expõe a falta de regulação e supervisão no acesso a conteúdo violento e extremista. A trama mostra como fóruns e redes sociais podem se tornar verdadeiras armadilhas psicológicas para jovens vulneráveis, reforçando pensamentos negativos e alimentando comportamentos de risco.


A propagação dos termos ‘incel’ e ‘red pill’
Um dos aspectos mais impactantes da série é sua abordagem sobre a influência de comunidades misóginas na internet, onde ideologias como incel (celibatário involuntário) e red pill (referência a uma suposta “verdade” sobre a dinâmica entre gêneros) são disseminadas. Jamie, ao ser rejeitado e isolado, se aproxima dessas ideias, que oferecem uma falsa sensação de pertencimento e justificativa para seu sofrimento. Adolescência alerta para a forma como jovens inseguros podem ser atraídos por discursos de ódio travestidos de “comunidades de apoio”, levando a atitudes destrutivas para si mesmos e para os outros.


Uma série necessária para tempos turbulentos

Mais do que um drama criminal, Adolescência é um espelho incômodo da realidade. Ao apresentar uma narrativa intensa e personagens complexos, a minissérie nos convida a refletir sobre o papel da sociedade na formação dos jovens. Como pais, educadores e cidadãos, estamos preparados para lidar com os desafios que a era digital impõe?
Com atuações impactantes e um roteiro afiado, a produção se consolida como uma das obras mais relevantes do ano. Adolescência não oferece respostas fáceis, mas nos obriga a encarar questões urgentes sobre o futuro das próximas gerações.

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