ANIVERSÁRIO DO MUNICÍPIO 🥳

Aos 42 anos, Alto Alegre se destaca por ser uma cidade acolhedora e tranquila para viver

A região de Alto Alegre foi elevada à município pela Lei Federal Nº 7.009, de 1º julho de 1982

Portal de entrada do Município de Alto Alegre, em Roraima (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)
Portal de entrada do Município de Alto Alegre, em Roraima (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Localizado no Centro-Oeste de Roraima e com uma população de 12.812 habitantes, segundo dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE), Alto Alegre celebra 42 anos nesta segunda-feira (1°). A região foi desmembrada da capital Boa Vista e foi elevada à município pela Lei Federal Nº 7.009, de 1º julho de 1982.

Entretanto, a história de Alto Alegre iniciou décadas antes. De acordo com as informações divulgadas no site da Prefeitura, o povoado surgiu em 1953, com a Colônia Agrícola Coronel Mota, e os primeiros habitantes eram japoneses. Eles plantavam pimenta do reino, tomate e outros vegetais.  

O município é composto pela cidade e suas vilas adjacentes, são elas: Taiano, São Silvestre, São Sebastião, Santa Rita e Vila Reislândia, conhecida como Paredão. Conforme os moradores, Alto Alegre se destaca por ser um lugar tranquilo para viver.

Ainda segundo a Prefeitura, o nome da cidade foi escolhido por Pedro Costa e seus companheiros, recém-chegados do Maranhão. Entre eles, estava Valder Costa, de 83 anos, que chegou ao município em 1971.

“Aqui não tinha quase nada. Fora da estrada, havia uma fazenda de um paraibano e o meu cunhado foi ser vaqueiro dele. Quando meu irmão, Pedro Costa, chegou aqui, pediu para que esse paraibano desse uma área da fazenda para a gente. Ele deu, mas disse que não queria nenhuma outra família, que não fosse a nossa, na região dele. Só que chegava muita gente do Maranhão e a gente deixava ficar aqui. Eles faziam casa e iam buscar a família, então a região acabou crescendo. Aquele fazendeiro ficou com raiva de nós até morrer”, relembrou.

O morador Valder Costa compartilhou lembranças de quando chegou a Alto Alegre (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

O militar do Exército aposentado enfatizou que o município evoluiu ao longo dos anos. Ele lembra que, antes, havia apenas uma via na região, que depois recebeu o nome 1º de Julho. Essa é a principal avenida da cidade, composta por inúmeros pontos comerciais. 

Raízes alto-alegrenses 

Apesar de ter nascido em Boa Vista, capital roraimense, foi em Alto Alegre onde Francisco de Paula Gomes, de 56 anos, cresceu, construiu a própria família, criou os filhos e passou a vida inteira. Para o servidor público, conhecido entre familiares e amigos como Chiquinho Carioca, “é uma grande satisfação morar aqui”. 

“Toda a minha família mora em Alto Alegre, minha mãe ainda vive no mesmo lugar de quando chegou aqui em 1967. É uma cidade aconchegante e hospitaleira para todos nós e tem uma grande perspectiva de crescimento. O que nós precisamos hoje são de pessoas sérias, que têm a responsabilidade de gerenciar o dinheiro público. Para mim, Alto Alegre é um dos melhores municípios que tem no nosso estado”, afirmou.

Francisco de Paula Gomes, conhecido na cidade como Chiquinho Carioca (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Chiquinho destacou que uma das características que mais chama atenção em relação ao município é a produção rural, tanto agrícola, quanto pecuária. Além disso, ele reforçou o potencial turístico nas belezas naturais de Alto Alegre.

“O setor de turismo do nosso município precisa ser bastante explorado, há várias áreas que as pessoas de fora podem conhecer aqui. Por exemplo, nós temos o Igarapé Au-Au e a Cachoeira do Paredão, que muita é falada. Também temos a Ilha de Maracá, que fica na divisa entre Alto Alegre e Amajari”, comentou.

Adaptação 

Como mencionou Chiquinho, Alto Alegre se destaca por ser um lugar acolhedor, tanto com os moradores antigos quanto os recém-chegados. Os vendedores Fernando César, de Boa Vista, e Adriele Castro, de Manaus, capital do Amazonas, viram na cidade uma oportunidade para uma vida nova e de lá não saíram mais.

Fernando, de 29 anos, vive no município há sete anos. No início, a tranquilidade e a possibilidade de conseguir mais vendas foi o que chamou a atenção do vendedor. “Não é um local perigoso. Para quem gosta de um lugar tranquilo e amigável, aqui é uma cidade boa para viver”, disse.

Já para Adriele, o que a levou até Alto Alegre, há pouco mais de um ano, foi o relacionamento com o atual marido, cuja família veio do Maranhão e estabeleceu raízes no município. Ela relatou à Folha que sentiu impacto na diferença da rotina na metrópole manauara para o interior de Roraima, mas, com o tempo, se adaptou. Hoje, ela já se considera alto-alegrense.

“Até para criar os nossos filhos, eu acho uma cidade maravilhosa para a família. Deixo minha filha ir sozinha para a escola e fico tranquila, aqui todo mundo se conhece também. Porém, é um lugar bem parado, faltam eventos para movimentar o comércio. Estamos muito empolgados e com expectativas em relação aos eventos de aniversário deste ano. Até pedi mercadoria nova”, relatou.

Questionados sobre o que desejam para o desenvolvimento de Alto Alegre, Fernando fala sobre a universidade do município, cujo prédio foi construído há 12 anos, mas ainda não está em funcionamento. Adriele sonha com mais opções de lazer na cidade.

“Pensando no comércio, circularia a economia e as pessoas não precisariam ir para a capital para se divertirem e gastarem dinheiro, que poderia ser gasto aqui. Também precisa de mais investimento na educação”, apontou.

Prefeito Wagner Nunes fala sobre Alto Alegre

A FolhaBV também conversou com o atual prefeito de Alto Alegre, Wagner Nunes, eleito por meio de eleições suplementares em abril deste ano. Em resposta às demandas dos moradores, o gestor informou que planeja realizar mais eventos nas praças da cidade, a fim de gerar mais movimento na região. Além disso, deu atualizações a respeito da primeira universidade do local.

“A faculdade é um sonho de todo jovem de Alto Alegre. Faz 12 anos desde o início da construção do prédio, mas já está em finalização. Acredito que, até 31 de dezembro, estará finalizado. Estou correndo atrás de recursos para mobiliar o prédio e articulando com o governo do estado para que possamos implantar a Uerr [Universidade Estadual de Roraima] lá”, revelou.

Sobre os moradores alto-alegrenses, Wagner Nunes enfatizou que é um povo acolhedor e trabalhador. “Praticamente todos nós somos produtores rurais, quem mora na cidade não deixa de ter um terreno para plantar. É um povo que trabalha, sonha e merece ser feliz”, afirmou.