O que mais tocou nas redes sociais em 2023 foi ‘Voando pro Pará’, da cantora Joelma, e isso fez boa parte dos brasileiros pesquisarem sobre o Tacacá. A comida típica da região Norte foi a mais procurada neste ano na plataforma de buscas da Google.
Apesar do sucesso recente, a música foi lançada em 2015 e há 35 anos, Solange Melo Furtado empreende com o Tacacá no bairro Caimbé, em Boa Vista. A comida preparada por ela é apontada, pelos clientes e por quem experimenta, como o melhor da cidade.
“Eu fazia para eu e a família tomar. As irmãs, cada uma, davam um ingrediente e eu fazia. Depois eu fiz para uma vizinha que morava aqui e foi ela quem disse para eu colocar uma venda”, conta a cozinheira.
Mais conhecida como Sol, ela relembra que tinha um ponto de venda na praça do Caimbé no início dos anos 2000. Mas, devido as mudanças políticas na capital, passou a comercializar o Tacacá nas festas. Em seguida pediu por uma benção divina para não precisar mais ir aos lugares e desde então tem fila de clientes na esquina de casa, conhecido como o Tacacá da Sol.
O especial do Tacacá
A acreana criada no Amazonas explica que o Tacacá é uma comida feita a partir da manipueira, ou o famoso tucupi, da mandioca, acrescido de goma, jambu e camarão seco. O caldo quente, além de renovar as energias, também tem histórico afrodisíaco e curador de ressaca.
“O movimento é maior na segunda. É o tacacá da ressaca da Sol porque o pessoal chega aqui cedo batendo no portão: ‘Sol, me acuda que eu estou morrendo’. Depois muita gente me disse que tomou e sentiu um calor”, brincou.
Solange ainda conta que, durante a pandemia de Covid-19, passou a fazer chá de jambu para os sintomas da gripe e hoje também vende alguns ingredientes do prato típico da região. Os especialistas já apontaram que o jambu e o Tacacá tem um toque especial que beneficia o sistema imunológico, alivia dores e dispõe de propriedades anti-inflamatórias e antienvelhecimento.
