Cultura

“Entre Terra”: Elisa Schmidt apresenta solo de balé no teatro Jaber Xaud

"Eu gostaria de denunciar coisas muito bizarras…”

A Bailarina catarinense Elisa Schmidt apresenta neste final de semana, 25 e 26 de outubro, no teatro Jaber Xaud, no Sesc Mecejana, o espatáculo solo “Entre Terras”, que faz turnê por cinco capitais da região Norte (Manaus, Belém, Boa Vista, Porto Velho e Palmas). A entrada é franca.
“Eu gostaria de denunciar coisas muito bizarras…”, inicia a conversa Elisa Schmidt. Com argila, tinta e pó a bailarina desenrola no palco uma performance que cria e recria faces para o rosto e criaturas para o corpo.  “Entre o humano, o animal e o maquínico, o solo, configura uma dança em permanente processo, atrelada à mutação de formas”, explica ela. 
Depois de estrear em Florianópolis em 2013, o trabalho segue turnê em setembro com primeira parada em Manaus, nos dias 12 e 13, às 20h, no Teatro José Lindoso – Sesc e percorre mais quatro cidades: Palmas (20 e 21 de setembro), Boa Vista (25 e 26 de outubro), Belém (30 e 31 de outubro) e encerra em Porto Velho (15 e 16 de novembro). Entrada gratuita.
A pesquisa em interfaces entre a dança e a desfiguração iniciou em 2009, partindo dos estudos das obras de Olivier De Sagazan, artistas e performer radicado na França. Elisa, que na época se dedicava ao mestrado em artes cênicas, esteve por lá há três anos, onde conheceu a técnica e a incluiu no seu processo investigativo.
“’É uma busca pela própria identidade com o uso da argila, em um processo inacabado, como estratégia de decomposição e refiguração. A performance tem vida própria em cena, mostra de certa forma a própria angústia de não conseguir ser, bate numa realidade burocrática congelada”, conta. 
Em Entre Terra, a intérprete vasculha rastros de obscuridade da violência social e as reinscreve em cena, propondo um intervalo à ordem sancionada. A ação consiste na revelação do trauma, das deformidades, expondo uma face sombria humana, recorrente em uma história de dominações totalitárias. 
O trabalho foi contemplado pelo edital Funarte Petrobras de dança Klauss Vianna 2012 e Prêmio Funarte de dança Klauss Vianna 2013. O trabalho de Elisa circula, no segundo semestre, pelas cidades Belém, Manaus, Palmas, Boa Vista e Porto Velho. Oficinas
Cada cidade visitada ainda receberá a oficina Experiências em Desfiguração conduzida pela bailarina Elisa Schmidt. A proposta é explorar os territórios cruzados da dança, a performance, as artes visuais e o teatro, através da investigação do contato da argila com o corpo e rosto. 
Os parâmetros de pesquisa envolvem identidade e ritual introduzidos por estratégias de composição de faces para o rosto e esculturas com o corpo. Cria-se uma atmosfera limiar entre a performatividade e o ritual, na qual a desfiguração desestabiliza a figura padrão do cidadão para fazê-lo experienciar outras percepções e sentidos, como o tato. 
São 10 vagas gratuitas disponíveis e os interessados devem enviar inscrições com carta de intenções para o email: [email protected]
Fonte: Ascom/Sesc-RR