Cultura

1º Seminário do Patrimônio Cultural terá exposição coletiva de arte indígena

Artistas consideram que prédios culturais que estão depredados fazem parte da identidade cultural do povo, além de serem espaços que poderiam ser utilizados como instrumento para promover a arte e cultura amazônica.

O 1º Seminário do Patrimônio Cultural de Roraima, que ocorrerá nos dias 17, 18 e 19 de agosto, no auditório Alexandre Borges, na Universidade Federal de Roraima (UFRR), contará com uma exposição coletiva de arte indígena com obras de renomados artistas locais.

O Seminário, realizado pelo curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRR em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN/RR), promoverá um debate sobre a situação dos prédios culturais do estado.

A exposição coletiva contará com 15 obras de autoria de diversos artistas de Roraima. Dentre eles, estão Jaider Esbell, Carmezia Emiliano, Amazoner Okaba, Vinicius kenedy e Mário Flores Taurepang.

O artista plástico, escritor e produtor cultural indígena Jaider Esbell, que terá algumas obras expostas no evento, vê na produção da arte uma forma de mostrar à sociedade a visão do índio sobre o mundo. “As nossas obras retratam em diferentes dimensões e magnitudes os mundos reais, visto somente e a partir dos olhos e do pensamento dos indígenas. O que fazemos nada mais é que convidar o outro pra falarmos de nossas visões mais amplas, o além do imaginário”, destacou.

Jaider considera importante o debate sobre os prédios culturais como patrimônio do estado e para a identidade cultural do povo. “Os debates então aos poucos evoluindo, aos poucos também vão se exaurindo e a grande questão da identidade cultural do roraimense continua em questão. De todo modo estamos vivos e a arte nos contextos certos já é uma transformação, o resto vem com o tempo”

 

Ritual de oferendas- Obra do artista Jaider Esbell. (Foto:Divulgação/Jaider Esbell)

Outra artista que participará da exposição é Carmézia Emiliano, também indígena Macuxi, e importante nome da arte indígena no estado. Ela destaca a importância dos prédios como intrumentos para promover a cultura amazônica. “Esses prédios que não estão sendo utilizados, poderiam estar servindo como espaço para os artistas mostrarem seu trabalho, e também para a população ter contato com a arte do seu povo, fortalecer sua identidade cultural”, salientou.

Lago Caracaranã – Obra da artista Carmezia Emiliano. (Foto:Divulgação/Carmezia Emiliano)

Segundo a superintendente do Iphan, Mônica Padilha, é preciso valorizar e reconhecer o patrimônio público. “Nós vemos na cidade, todos os dias, prédios abandonados e em arruinamento, inclusive prédios que foram demolidos, nós entendemos que existe o desconhecimento do patrimônio. É preciso regularizar os critérios de tombamento desses patrimônios”, relatou.