Cultura

A importância do Teste da Orelhinha nos bebês recém-nascidos

No Brasil, por lei, todos os bebês devem ser submetidos a este exame, ainda na maternidade

Ouvir é um dos sintomas mais importantes do ser humano. É através da audição que a criança desenvolve a fala e então a linguagem. Dessa forma, quanto antes se diagnosticar problemas de audição e tratá-los, melhor para o desenvolvimento da criança. E por isso, é importante realizar o “teste da orelhinha”.

De acordo com a fonoaudióloga Evânia Costa, todo bebê está submetido a apresentar possíveis problemas auditivos ao nascer ou adquiri-los nos primeiros anos de vida.

Segundo a médica, com a finalidade de prevenir a deficiência auditiva ou até mesmo de remediar, no caso dos bebês que apresentam surdez congênita, foi criada a lei municipal nº. 3028, de 17 de maio de 2000.

“Tal lei se refere a um programa de triagem auditiva neonatal que tem como finalidade avaliar a audição em recém nascidos. Esse programa é eficaz no sentido de prevenção e cuidados auditivos, sendo indicado por instituições do mundo inteiro, visando o diagnóstico precoce de perda auditiva”, explica a médica.

O Teste da Orelhinha é um teste simples, que tecnicamente se chama “Teste da presença de emissões otoacústicas”. Através dele pode-se saber se o bebê ouve, ainda que nos primeiros dias de vida.

“Orienta-se realizar o teste da orelhinha, nos primeiros anos de vida do bebê (3 meses), detectando perdas precoces que possam influenciar no aprendizado da linguagem. Geralmente o exame é realizado no berçário em sono natural, de preferência no 2º ou 3º dia de vida. O tempo de duração varia entre 5 e 10 minutos, não tem qualquer contra-indicação”, comenta a médica.

Além de não acordar e nem incomodar o bebê. Não exige nenhum tipo de intervenção invasiva (uso de agulhas ou qualquer objeto perfurante) e é absolutamente inócuo.

A especialista explica que a triagem auditiva é feita inicialmente através do exame de EOAs. “Baseia-se na produção de certo estímulo sonoro, bem como na percepção do retorno desse estímulo (eco), o registro é feito através do computador, verificando se a cóclea (parte interna da orelha) está normal, ou seja, em funcionamento, é emitido um gráfico com o diagnóstico do exame”, explica.

De acordo com a médica, após o final do exame, além do resultado, é passado para o responsável e para o médico que solicitou o exame, um protocolo de avaliação. “No caso de suspeita de alguma anormalidade após a realização da triagem auditiva neonatal, o bebê será encaminhado para uma avaliação otológica e audiológica completa” completa a médica.

Fatores de Risco

-Bebê de 0 a 28 dias

– História familiar: ter outros casos de surdez na família;

– Infecção intra-uterina: provocada por citomegalovírus, rubéola, sífilis, herpes genital ou toxoplasmose;

– Baixo peso;

– Hiperbilirubinemia: doença que ocorre 24 horas depois do parto. O bebê fica todo amarelo por causa do aumento de uma substância chamada bilirrubina;

– Medicações ototóxicas;

– Síndromes neurológicas: Síndrome de Down ou de Waldemburg, entre outros.