O Forródromo do Parque Anauá é o palco para a realização da festa mais esperada pelos grupos folclóricos, o I Festival Makunaima, que foi aberto na noite desta quinta-feira, dia 25, e segue até sábado, dia 27.
Cangaceiros do Sertão, do segmento Cangaço, foi o primeiro grupo a se apresentar, com o tema Danças Nordestinas, trazendo os lendários personagens Lampião e Maria Bonita. A alegria estava estampada no rosto dos brincantes que fizeram uma contagiante apresentação com ritmos como o xaxado, o baião, o xote, o coco de roda, mazuca, xenhenhém, cauá, entre outros.
“Para nós, é muito importante um evento voltado, exclusivamente, para os grupos folclóricos porque não tínhamos espaço e nem apoio para mostrar o nosso trabalho. Esperamos que esse festival cresça para daqui a dois, três anos estejamos com um evento grande”, disse o presidente do grupo, Wanderlei Pires Matos.
A paixão pelo Cangaço vem desde a mais tenra idade. Com cinco anos, Vanda Matos, 35 anos, que interpretou a Maria Bonita já estava ensaiado os primeiros passos. “Achei uma ótima ideia o Festival e espero que aconteça todos os anos. Tenho 30 anos dançando cangaço. Meu pai foi 15 anos o Lampião, em Manaus, e como nós éramos três filhos, era muito gasto com os figurinos, então ele deixou de dançar para a gente continuar”, contou que vieram para Roraima em 1988 e, em 1995, resolvemos montar o grupo Cangaceiros do Sertão.
O presidente do grupo Ciranda Tradicional, que apresentou o tema, 15 anos: Um sonho Cirandeiro, Wendel Macedo, parabenizou a governadora Suely Campos e a secretária Selma Mulinari pela criação do Festival. “Era um sonho que eu tinha, enquanto grupo folclórico, ter essa oportunidade de mostrar nosso trabalho de 15 anos, completados no dia 10 deste mês de agosto”, disse emocionado.
As apresentações da noite se encerraram com o grupo Síntese, que ao som de toadas mostrou o belo trabalho que vem sendo realizado. O presidente do grupo, Anderson Matos, destacou a importância do apoio aos grupos folclóricos. “Não tínhamos apoio de ninguém. Tirávamos do nosso próprio bolso para os figurinos. Esse festival fortalece o nosso movimento”, comemorou.
Com muito suor no rosto, o dançarino do grupo Síntese, Gabriel de Souza Rodrigues, que está no grupo desde 2010, destacou que os grupos folclóricos precisavam de um evento como o Festival Makunaima. “Temos muitos eventos para as quadrilhas, estava na hora de ter um evento para Cangaço, Boi Bumba, Ciranda, e outros ritmos. Trabalhamos muito e nos apresentamos pouco, ainda bem que temos a partir de agora, esse concurso”, parabenizou.
A secretária de Cultura, Selma Mulinari explicou que objetivo do Festival é fortalecer o segmento do Folclore. “As quadrilhas que também fazem parte desse segmento estão contempladas com o Concurso de Quadrilhas Juninas no Arraial do Anauá, e hoje, são uma referência não só para o nosso estado, mas para o Brasil”, disse.
Conforme ela, os grupos de Cangaço, Ciranda, Boi, Araras e as categorias livres, que são os grupos de matrizes africanas e indígenas que trabalham, “não estão recebendo apoio para que possam crescer e continuar trabalhando para o desenvolvimento desse segmento e, para que isso aconteça, é preciso de apoio”, explicou.
Ressaltou que a proposta é que o Festival Makunaima seja realizado todos os anos na semana em que se celebra o Dia do Folclore Nacional, 22 de agosto. “Fazer uma parceria com esses grupos para que eles possam continuar atuando ao longo do ano e, não uma vez por ano”.
No sábado, 27, a partir das 10h, no Forródromo do Parque Anauá ocorrerá a apuração do concurso de grupos folclóricos do I Festival Makunaima. À noite, a partir das 19h, os grupos campeões nos segmentos Boi (19h), Ciranda (19h30), Cangaço (20h) e, às 20h30 tema livre (matrizes indígenas e africanas) voltam a se apresentar encerrando o evento.
Confira a programação para esta sexta-feira:
19h – Companhia de Dança Rekebrar
19h30 – Os Malinos (livre)
20h – Calypyshow (livre)
20h30 – Grupo Parintins (boi)
21h – Filhos do Norte (boi)
21h30 – Dekameron (boi)
22h – Forcalypshow (livre) 22h30 – As Rekebretes (livre)
Com informações do Governo do Estado