Cultura

Artista se inspira na preservação para embelezar obras

Rafael Pinto e sua verdadeira paixão: unir a arte com a importância de preservar o meio ambiente

O baiano Rafael Pinto deixou a cidade em que nasceu, Ilhéus, para morar em Boa Vista, há três anos. Em sua nova morada, ele começou a trabalhar como analista de sistemas, mas foi nas artes plásticas que encontrou sua verdadeira paixão: unir a arte com a importância de preservar o meio ambiente.

O jovem iniciou a carreira dando oficinas a projetos sociais do governo federal. Hoje, aos 26 anos, montou uma empresa de decoração e arte. Segundo ele, desde pequeno tinha muita afinidade com as tintas.

“Ao perceberem isso, meus pais me incentivaram e comecei produzindo as confraternizações e aniversários da família e, aos 18, iniciei nos cursos de qualificação e, simultaneamente, a trabalhar ministrando oficinas”, contou.

Ainda na Bahia, o artista pintava mulheres negras. “Foi pintando as negras, as baianas, as africanas que me inspirei. É um traço que carregarei sempre comigo, afinal, são minhas raízes. Aqui em Roraima toda essa natureza e povo daqui me levaram a descobrir um outro lado que até então não havia descoberto, a pintura de indígenas e os animais da região amazônica”, ressaltou.

Em suas peças, o artista se inspira em grandes artistas, como Pablo Picasso e os brasileiros Tarsilla do Amaral e Romero Brito, o que faz a obra de Rafael se destacar pelo colorido. “Acredito no poder que as cores têm e nas sensações que elas podem nos causar e, é claro, tem influências baianas e africanas, como havia dito antes. Além disso, Romero Brito é um artista que tenho como referência, isso também me faz colorir as peças que construo”, disse.

Uma grande preocupação do artista é utilizar materiais reciclados e repaginar móveis antigos. “Se estou passando na rua e vejo um carretel de madeira jogado, não vejo apenas o carretel, mas consigo ver como ele poderia ser se assumisse um outro espaço que não fosse o lixo. Além disso, as lojas de móveis e artigos me chamam atenção, não para comprar, mas para reproduzir suas peças com materiais recicláveis”, relatou.

Para ele, o artista deve usar suas obras para passar uma mensagem à sociedade. No caso dele, é necessário se importar com o lixo que cada um produz. “Como todo ser humano consciente, me preocupo com a situação ambiental, unindo isso à visão artística que julgo possuir, consigo transformar, dar novas funcionalidades, sem contar que eu adoro fazer essas peças”, relatou.

O artista esporadicamente participa de feiras e exposições de artes. Além disso, os interessados em conhecer o trabalho podem acessar a página @ecodesingroraima no instagram ou no facebook: decoraroraima.