Cultura

Artistas de Roraima participam de exposição em São Paulo

Carmézia Emiliano e Gustavo Caboco são representantes roraimenses

O Itaú Cultural encerra o seu calendário de grandes exposições de 2022 com mostra que reflete sobre os últimos cem anos de produção artística brasileira. 

Participam da mostra,  mais de 70 obras em variados suportes, assinadas por 25 artistas de 11 estados brasileiros. Representando Roraima estão os artistas plásticos Carmézia Emiliano e Gustavo Caboco 

A exposição que ocorre em São Paulo apresenta artistas em atuação no Brasil e amplia espaços para identidades preteridas no projeto artístico da Semana de 1922, reforçando a percepção do presente. As obras exibidas datam, em sua maioria, de 2022 e questionam noções de tempo, história, tradição e nação, no atual contexto brasileiro.

Carmézia Emiliano

Artista visual Macuxi, retrata em suas obras suas memórias e cenas do cotidiano de seu povo, como em A Lenda do Caracaranã (2016), inspirada na vivência da artista e nas histórias do Lago Caracaranã contadas por seu avô. Em Damurida (2020), ganha destaque a coletividade no preparo e no consumo do prato de mesmo nome na maloca, com a diversidade e a intensidade de cores que caracterizam suas obras. Carmézia conta que, durante o inverno na Maloca do Japó, as árvores ficam repletas de lagartas, e sua transformação a motivou a criar uma árvore de borboletas em Minha gente (2018). Já a obra 25 anos fazendo arte (2017) forma um conjunto de 24 cenas da história da artista, da caça, da pesca, da preparação da damurida e do Lago Caracaranã, entre outras. Ao centro, a lenda da árvore Wazaká.

Gustavo Caboco

Artista visual da etnia Wapichana. Com a obra encontros di-fusos (2022), composta de vídeo, desenhos, fios, bordados, fotografias e objetos, ele propõe ampliar as conexões entre memórias, pessoas, povos, línguas e temporalidades. Compõem a obra 22 fusos, instrumentos para a criação de fios a partir de fibras naturais, desenvolvidos pelo artista com Lucilene Wapichana. Cada um desses fusos vai ao encontro de um objeto, uma fotografia e um desenho, inclusive fusos de outros povos, estabelecendo, por exemplo, conexões de memórias dentro do tronco linguístico aruak, do qual fazem parte os povos Terena, Baniwa, Wapichana e Palikur, entre outros.