ARTE

Artistas lançam videoclipe em defesa das três sumaúmas do bairro Asa Branca 

A obra artística gira em torno de uma ação social para que três sumaúmas do bairro Asa Branca, não sejam derrubadas

A obra artística gira em torno de uma ação social para que três árvores continuem de pé (Foto: Evilene Paixão)
A obra artística gira em torno de uma ação social para que três árvores continuem de pé (Foto: Evilene Paixão)

De um poema composto pelo ativista e defensor público, Jaime Brasil, tendo como autor da obra musical o compositor Ben Charles, interpretado nas vozes de Lionella Edwards, Ana Gabriela e Milena Macuxi, o videoclipe “As 3 Samaúmas” será lançado neste domingo, 14, às 18h, no encerramento da 13ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos, na sede do Ponto de Cultura Ulisses Manaças, localizada na Rua Odílio D’Oliveira Cruz, 1027, bairro Alvorada.

O videoclipe foi gravado no estúdio Parixara. Além da presença dos artistas que gravaram o videoclipe, terão apresentações culturais do grupo Afoxê Filhas e Filhos de Yemanjá e da Banda Sociedade de Esquina.

“Pra mim as Samaúmas são árvores ancestrais, são um símbolo de resistência e tenho respeito por elas por isso aceitei de cara participar desse manifesto em busca de preservá-las pois fazem parte da nossa história”, disse a cantora Lionella Edwards.

“Nos reunimos em defesa das três samaúmas do bairro Asa Branca, compusemos a letra da música e arranjos, convidamos as três cantoras e vamos unir forças para evitar a derrubada das três samaúma, compartilha, convida seus amigos, nos vemos lá”, disse o compositor, Ben Charles.

A obra artística gira em torno de uma ação social para que três árvores continuem de pé. São as três sumaúmas do bairro Asa Branca, plantadas há cerca de 50 anos, hoje com 30 metros de altura. Elas foram plantadas e cultivadas por moradores do bairro, mas no momento sofrem o risco de serem derrubadas por um pedido de autorização para o corte feito a Prefeitura de Boa Vista pelos próprios proprietários do terreno onde estão as “rainhas da Amazônia”, a área do Centro Espírita Estrela do Oriente – primeiro Núcleo da União do Vegetal em Roraima e que já realizou várias celebrações embaixo das árvores.

A notícia de que as árvores seriam derrubadas gerou polêmicas no final do ano passado e um grupo de ativistas encabeçou ações nas redes sociais para que as árvores permanecessem.

Uma petição on-line, foi lançada por movimentos sociais de Roraima, que coleta assinaturas em favor da permanência das árvores.

Confira a primeira parta da letra da música “As 3 Sumaúmas”

A samaúma é uma, a samaúma é duas, a samaúma é três de uma só vez (refrão)

A primeira é uma esteira que traz as estrelas do céu

um dançar de folhas num véu

nas madrugadas de Cruviana e noites sem luar.

Sumaúmas e samaúmas

As sumaúmas, são grandes árvores da floresta amazônica que atingem até 60 metros de altura, podem viver mais de 500 anos. E, sim, as duas formas de chamá-la, com “u” ou com “a”, estão corretas. Sumaúma ou samaúma, samaumeira ou sumaumeira, cientificamente Ceiba pentandra.

Considerada sagrada para povos indígenas, sua copa se projeta acima de todas as demais árvores servindo de abrigo e proteção para outras espécies de flora e para inúmeros pássaros e insetos. Suas raízes são capazes de absorver água das profundezas do solo, hidratando não apenas ela, mas outras árvores de espécies diferentes. Essas características lhe renderam diversos apelidos como de rainha da floresta, árvore mãe e árvore da vida.