Cultura

Artistas venezuelanos criam painel da UFRR

Três artistas da Venezuela que formam o coletivo Urbano Aborigen vieram para Boa Vista para participar do Intercom Norte, na Universidade Federal de Roraima

Coletivismo e intervenção urbana, essa é a proposta do painel de artes produzido por três artistas que formam o coletivo cultural Urbano Aborigen, da Venezuela. Maria Borrero, Gé Nova e Victor Fernandes estão em Boa Vista para participar do Intercom Norte, evento que aborda o tema “Comunicação e Educação: caminhos integrados para um mundo em transformação”.

Durante a programação do evento, os artistas transformaram a entrada do bloco 1, onde acontecem as aulas de Comunicação, Artes, Letras e Música em uma grande tela. Mais de dez horas de trabalho se transformaram em um painel de homenagem as tribos indígenas, entre elas, a etnia Yanomami e Kayapo.

Maria Borrero explica que o desenho foi pensado há um mês, quando firmaram parceria para participar do evento, a convite da professora Leila Baptaglin. A comissão entrou em contato e enviou a foto do local da pintura, e a partir daí os artistas começaram a imaginar a obra. “A ideia era traçar um painel contextualizado dos povos originários do nosso país, que assim como o Brasil tem muitas influências indígenas”, contou.

Segundo Borrero, a ação busca estimular na comunidade universitária e os estudantes a valorização da Universidade como um bem público, que faz parte do cotidiano de toda a população.

“Nós viemos participar exclusivamente do Intercom, ter contato com outros pesquisadores e estudantes de Artes e Comunicação. Enviamos nossa proposta e recebemos apoio.
 
Urbano Aborigen

Criado há cinco anos na Venezuela, o Coletivo é composto por sete artistas. As pinturas são voltadas para a cultura indígena e buscam uma formação livre e cultural nos espaços públicos. Na Venezuela, os Yanomami vivem na Reserva da Biosfera Alto Orinoco-Casiquiare, de 8,2 milhões de hectares. Juntas, essas regiões formam o maior território indígena coberto por floresta em todo o mundo.

“Atualmente, os índios vivem em difícil situação, pois o governo não consegue protegê-los de invasões criminosas, ataques e doenças. A nossa arte tem como missão despertar na sociedade e nos representantes políticos a importância necessária para a luta desses povos”, reforçou a artista.

Segundo ela, a grande inspiração do coletivo é arte indígena e a forma que eles se expressam. “Os indígenas têm a arte como algo de nascença, algo de vida, são grandes artistas, cantores e dançarinos natos. O que falta é oportunidade de mostrar o quão bom eles são”, finalizou.