A população mundial está envelhecendo e isso já não é novidade. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) indicam que em 2025 o Brasil terá 34 milhões de idosos, elevando-se para 64 milhões em 2050. O grande desafio agora é como conscientizar e educar a população para que o envelhecimento ocorra junto com a preservação da saúde, de forma que seja possível continuar aproveitando integralmente cada momento da vida.
Para o psiquiatra Alberto Iglesias, a preocupação com a qualidade de vida precisa crescer na mesma proporção que a taxa de envelhecimento da população.
Genética, alimentação saudável e atividade física são fatores que estão na linha de frente para conquistar uma vida mais longeva. Além disso, pesquisadores cada vez mais apostam na fórmula de levar a vida mais leve e saber se relacionar como um trunfo para a uma boa velhice.
“É muito comum pacientes procurarem os serviços médicos de psiquiatria, procurando algum tratamento ou vitaminas para não envelhecer, porém sabemos que não existe tratamento ou fórmula para isso. Para ter envelhecimento saudável, o paciente terá que entender que precisa continuar suas atividades diárias e sua inserção na sociedade”, explica o psiquiatra.
Segundo ele, é errada a visão que idoso tem que ficar em casa de pijama após se aposentar. Exercícios físicos e dieta equilibrada são fundamentais em qualquer idade.
Ter atividades mentais como ler, escrever, fazer trabalhos manuais, usar jogos que estimulem a atividade cerebral, cuidar de plantas, entre outras, ajudam a melhorar a memória e a capacidade cognitiva, sem esquecer de ressaltar a importância do convívio social e familiar harmônico.
“Mesmo o idoso que sente dor, dores nas articulações, deve realizar atividade física regular ou fisioterapia para aumentar a massa muscular e com isto diminuir a sobrecarga em cima da articulação, logo, melhorando a dor. A alimentação saudável e equilibrada deve ser preconizada ao invés de simplesmente prescrever vitaminas”, comentou o especialista.
Segundo ele, existe uma procura muito grande, inclusive de paciente jovens por medicamentos para memória.
“É importante a compreensão que os neurônios funcionam igual aos músculos, precisam de atividade para se fortalecer. É errado o idoso, quando na aposentadoria, para de ler e fica só assistindo televisão. Buscar uma atividade intelectual, leituras, novos conhecimentos é muito importante para preservar a saúde mental, assim como desde cedo, tratar as doenças crônicas, diabetes e hipertensão arterial, para evitar doenças arteriais que danifiquem a memória”, ressaltou.
O especialista relata que existem pacientes que na aposentadoria iniciam um nível superior ou um curso, muitas vezes um sonho antigo não realizado. “Cursar uma faculdade seja em qualquer idade é sempre bem visto para a saúde mental. É bem provável que na história da humanidade nunca o ser humano viveu tanto. Em apenas um século, a expectativa de vida quase dobrou. Neste contexto, também orientamos o paciente que não cuida mais da saúde, porque, segundo ele, “vai viver pouco”. Provavelmente este paciente vai viver muito. Eliminar hábitos antigos que fazem mal à saúde, como o tabagismo, por exemplo, têm que ser realizado mesmo em “idade avançada”, finalizou.