O bibliotecário Walter Machado de Amorim de 38 anos ama sua profissão, além de lidar sempre com os livros, e revisitar várias vezes o passado, ele pode contar sobre experiências que ocorrem durante sua rotina de trabalho. Ao organizar livros que foram doados a Biblioteca Pública do Palácio da Cultura, ele encontrou notas de dinheiro antigo, que foram esquecidas dentro de algumas páginas.
“Então a biblioteca sempre recebe muitos livros de doações de pessoas, tanto os livros literários como os livros para estudos, para as pessoas que fazem concurso público. E todo o livro é uma máquina do tempo que esconde verdadeiros tesouros. Se o maior presente que um livro pode oferecer é o conteúdo de suas linhas, e quando nós adquirimos um exemplar, ele vem trazendo com ele várias histórias” explica Walter.
Foi durante essas buscas, que o bibliotecário encontrou notas antigas de dinheiro, respectivamente de 200 cruzeiros e 500 mil cruzeiros. As notas são datadas no ano de 1993, e tem Mário de Andrade como símbolo.
“Eu sempre dizia para as colegas da biblioteca, eu ainda vou achar dinheiro nesses livros. E nesse dia eu abri os livros e comecei a mexer. Quando eu vi as notas de 200 cruzados, ela que parece muito com as notas de 200 de hoje em dia e até praticamente o mesmo tamanho, foi que eu levei um susto “, comentou.
Mas em seguida, Walter observou os detalhes e se deu conta de que aquela nota poderia estar ali há mais de 30 anos.
“Cada livro traz uma história. Fiquei imaginando se a pessoa que guardou o dinheiro lá dentro é para algo que estava precisando, por exemplo. Aqui ficou uma mensagem e uma história, e mexer nos livros é assim, alguns guardam cartas, dinheiro, fotografias,cada livro vem com ele como se fosse uma caixinha de surpresa, mesmo “, comentou.
As notas foram encontradas no setor de Literatura brasileira, mais precisamente no exemplar de ‘Amor de perdição’ do autor Camilo Castelo Branco (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Profissão
Além da paixão pela profissão, Walter dá dicas que podem auxiliar aqueles que tem interesse pela área. “ Por ser uma profissão onde o profissional precisa ser organizado, para ser um bom bibliotecário é preciso ser metódico, é uma característica importante. Isso me fez gostar dessa identificação durante boa parte do meu dia, lidar com normas e regras internacionais, manusear os livros e sempre ter muito cuidado com eles. Outra característica desejável é gostar de lidar com público “, finalizou.
Notas de dinheiro, fotografias, cartas são alguns dos objetos encontrados dentro dos livros da Biblioteca Pública de Roraima (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)