Cultura

Brechós on-line se torna opção para consumo sustentável

A dona do Swag Brechó, Suellem Morais, contou que, aos poucos, as pessoas têm deixado de lado os preconceitos com artigos de segunda mão

Desde quando a moda “vintage” tomou o guarda-roupa dos jovens, os brechós têm sido os lugares mais procurados por ofertarem peças antigas e estilosas. Além disso, a questão do consumo sustentável tem sido abraçada por essas pessoas que buscam consumir produtos de forma consciente. Entretanto, com a pandemia do coronavírus, até o comércio de artigos de segunda mão enfrentou mudanças

A dona do Swag Brechó (@swag_brechobv), Suellem Morais, de 24 anos, vende peças de roupas e acessórios desde julho de 2019. Ela conta que a ideia surgiu quando, ainda em meados de 2015, a jovem participou de seu primeiro bazar promovido por uma ONG (Organização Não Governamental) da Capital. Desde então, ela não parou de “garimpar” até que as coisas saíram um pouco do controle.

“Chegou uma hora que meu guarda-roupa estava cheio de peças de brechó que não eram o meu estilo, mas que comprei por serem muito lindas. Então, tive a ideia de abrir uma loja para revendê-las”, disse.

Suellem acredita que, aos poucos, as pessoas estão deixando de lado o preconceito de comprar coisas de segunda mão e acredita que seu brechó contribui para isso. Segundo ela, é possível encontrar peças estilosas, únicas e em ótimas condições

“A moda sustentável é essencial, precisamos analisar bem antes de descartar alguma peça. Se ela não for mais útil, mas tiver em boas condições, por que não vender ou doar? É um processo possível e eu estou fazendo minha parte”, explicou.

Ela conta que o Swag sempre funcionou de forma virtual, porém, para conseguir achar peças para vender, precisaria sair, o que não foi possível durante boa parte de 2020.

“Ano passado eu tive que paralisar o brechó por um tempo, até porque eu não podia sair de casa, mas agora voltei e estou mais focada, ainda tomando todos os cuidados necessários. Apesar da pequena pausa, tenho ganhado novos seguidores diariamente”, informou.

Consumo sustentável também atrai adeptos ao brechó

Luiza de Lucas, 21, é estudante de jornalismo e fã de carteirinha de brechós. Ela conta que compra roupas e acessórios de segunda mão há quase oito anos, além de procurar tanto em bazares de ONGs quanto em lojas físicas e on-line.

“Já fazia um bom tempo que eu queria diminuir o meu consumo de lojas de departamento, porque maioria não tem políticas claras sobre os produtos que vendem. Muitas dessas lojas nunca nem se pronunciaram contra trabalho escravo e exploração de mão de obra barata, apenas colocam “made in china” e acabou, sabe? Além de produzirem muitas peças iguais e desperdiçarem material”, relatou.

A estudante acredita que comprar de brechós incentiva comerciantes locais e inicia o processo de reutilização da peça. Além disso, ela contou que, anualmente, faz um bazar com pessoas próximas para vender peças que não usam mais.

O mesmo aconteceu com Camilla Salustiano, de 18 anos, que criou recentemente o brechó Armário de Tralhas (@armariodetralhas), com o intuito de vender roupas, livros e acessórios que estavam guardados em seu quarto.

“Depois de reformar o meu quarto, fiz uma super faxina nele e encontrei várias coisas que nem lembrava que estavam lá. Então, como já tinha visto várias pessoas fazendo isso aqui em Roraima, fiquei inspirada a criar o brechó, mas também estou doando algumas peças por lá”, contou.

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