Em comemoração ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado em 21 de janeiro, o Ministério Público do Estado de Roraima (MP-RR), por meio do Grupo de Atuação Especial de Vítimas, Minorias e Direitos Humanos (GAEVI-MDH), realizou nesta quarta-feira (29), no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal de Roraima (UFRR), o evento “Caminhos da Tolerância”. A iniciativa teve como objetivo promover a educação, sensibilização e mobilização da sociedade em torno da importância da tolerância religiosa, do respeito às diferenças e do combate ao discurso de ódio.
O evento contou com a mediação do promotor de Justiça André Paulo dos Santos Pereira, coordenador do GAEVI-MDH, e reuniu representantes de diversas matrizes religiosas que possuem presença significativa em Roraima, como as comunidades cardecista, budista, espírita, evangélica e umbandista. Além do diálogo interreligioso, o evento abordou questões relacionadas à liberdade religiosa e à dignidade da pessoa humana, direitos fundamentais previstos na Constituição Federal.
Maraiza Lendengue, coordenadora do planejamento estratégico do MP, destacou que a intolerância religiosa é um problema social que impacta diretamente a convivência pacífica entre diferentes crenças. Para ela, o papel do Ministério Público vai além da atuação judicial e busca também promover a paz por meio de ações preventivas. “A intolerância e o desrespeito são questões que precisam ser combatidas pela sociedade como um todo. A promoção do respeito entre as pessoas, independentemente de sua religião, cor ou classe social, é fundamental para a construção de um ambiente mais harmônico”, afirmou Lendengue.
Ela ressaltou que, todos os anos, o MP realiza diversas ações que visam a promoção da paz, e que o mês de janeiro, dedicado ao combate à intolerância religiosa, foi uma oportunidade para abordar um tema de relevância social. “Queremos trabalhar extrajudicialmente para promover o respeito e a paz, não apenas através do sistema judiciário. A intenção é sensibilizar a sociedade sobre a importância de respeitar as diferenças, para que os conflitos não cheguem a se tornar crimes, mas possam ser resolvidos por meio do diálogo”, completou.
O evento contou com a presença de líderes religiosos de diferentes crenças, que participaram de uma mesa-redonda para discutir como a intolerância religiosa pode ser combatida e como as diferentes comunidades podem conviver em harmonia. Representantes da religião evangélica, do espiritismo, do candomblé e do budismo compartilharam suas experiências e perspectivas, buscando construir um ambiente de respeito e liberdade religiosa.
A estudante de Direito Dieny Vitória, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), esteve presente no evento e destacou a importância de discutir a tolerância religiosa dentro do ambiente acadêmico e da sociedade.
“A Constituição Brasileira garante a liberdade religiosa, mas muitas vezes vemos que na prática essa liberdade é desrespeitada. Este evento é uma oportunidade única para aprender com as diferentes religiões e perceber como o respeito mútuo pode ser a chave para uma convivência mais pacífica”, afirmou Jane.
O debate também abordou o papel da sociedade em combater discursos de ódio e discriminação religiosa, que podem contribuir para o aumento da violência e da intolerância em diversos contextos.