O projeto “Cozinhando nas Alturas” foi idealizado pelo chef Idolo Giusti Neto, nascido em São Paulo, que percorre o Brasil para conhecer os ingredientes mais exóticos de cada região. A proposta do chef é oferecer uma alimentação diferente em expedições e viagens usando alimentos naturais, sem conservantes químicos.
A iniciativa surgiu em 2012 quando o cozinheiro foi convidado pela equipe da Mercedes-Benz a cozinhar a bordo do veleiro interoceânico de Mike Horn, Projeto Pangaia, em um dia frio e de chuva, no litoral paulista, Guarujá.
Foi sua primeira expedição! Agora, o desafio é vir a Roraima cozinhar no extremo norte do País. Ele já passou pela Argentina, nas cidades de Buenos Aires, Mendoza e Aconcagua. No Chile, litoral paulista, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia.
Suas técnicas naturais incluem cozimento e conservação de alimentos defumados, embutidos e queijos. O chef se prepara para cozinhar em condições de temperatura e pressão e altitudes em que o ponto de ebulição da água e a pressão atmosférica são totalmente adversos.
O chef Idolo prepara um desafio adequado ao da escalada, o frio intenso e a falta de oxigênio que exigem uma dieta especial. Segundo ele, a expedição espera encontrar, mapear e trazer ao conhecimento de todos ingredientes desconhecidos, podendo melhorar a condição de vida da população por meio de cultivo desses ingredientes e posteriormente colocados no mercado de são Paulo, bem como difundir a sua cultura.
Ele explica que faz parte do projeto utilizar ingredientes usados por comunidades ribeirinhas. “É parte essencial do projeto não utilizar nada fora do contexto regional, viver esses meses à mercê do que se tem e pelo que venho estudando. Acredito que será uma experiência única de sabores, aromas e texturas. Tenho muita curiosidade quanto às frutas, pois, com certeza, vou conseguir fazer muitas geleias para a viagem, já partindo de Roraima mesmo, com essa primeira fase, comprando nos mercados municipais e feiras livres” explicou.
Quando chegar a Boa Vista, a primeira semana será de conversa e pesquisa com as pessoas da região e preparo para a subida ao Monte Roraima. Posteriormente, ele pretende ficar 15 dias e descer pelo Rio Branco.
“Roraima é riquíssimo na biodiversidade e vai contribuir muito mostrando o que tem de melhor e pior, em todos os sentidos, os dias que vou passar praticamente sozinho remando vão expor a natureza em seu melhor estado e, às vezes, em sua ira total: chuvas, raios e afins. Sem falar da fauna que, por muitas vezes, vai ser perigosa e vital, como a pesca, por exemplo. Espero voltar de Roraima com a melhor contribuição de todas: o sucesso da expedição de muitas que virão”, finalizou.
O Cardápio
Os pratos serão preparados baseados na dieta de um atleta de ponta, pois, para realizar o projeto, não é necessário apenas ter talento e coragem. Para tal, é necessário, também, treinamento esportivo e condicionamento físico e mental para enfrentar cerca de sete horas por dia de subida e muito frio. A opção são os alimentos ricos em carboidratos e proteínas, basicamente.
Cultura
Chef quer cozinhar no topo do Monte Roraima
Projeto incentiva cultivo de ingredientes em expedições e viagens