Cultura

Ciúme excessivo pode ser controlado com ajuda da psicologia

O ciúme patológico causa problemas ao bem-estar do indivíduo.

Ciúme é um sentimento que está presente em todas as culturas, é uma emoção complicada e comum vivida por seres humanos. O ciúme romântico acontece geralmente quando uma situação é interpretada pela pessoa como ameaçadora ao seu relacionamento amoroso. Para manter o relacionamento ou diminuir o ciúme, a pessoa entra em um processo que envolve vários comportamentos e pensamentos, que podem ser eficazes ou não.
O problema começa quando o ciúme vira doentio se tornando presente e atrapalhando a vida do indivíduo. O ciúme exagerado ou doentio não só prejudica a relação do casal, mas também consome a pessoa a ponto de prejudicar todas as relações sociais.
De acordo com a psicóloga Marta Ribeiro, é comum a pessoa com ciúme doentio, na tentativa do controle do companheiro, resolver se isolar, atacar a tudo e a todos como forma de manter a pessoa ao seu lado.
“Existem variadas formas de analisar o comportamento do indivíduo ciumento, pode-se pensar em insegurança, dependência afetiva ou baixa autoestima. No entanto, em seu imaginário, a pessoa acometida por ciúme, se torna sem importância, insignificante para o ser amado; e todos os outros, com quem passa a rivalizar” explica.
O ciúme não é uma doença, mas pode se tornar patológico (excessivo) ou ser sintoma de alguns transtornos, como transtorno obsessivo compulsivo, alcoolismo, demência, esquizofrenia, por exemplo. O ciúme normal seria transitório, específico e baseado em fatos reais e o patológico seria uma preocupação infundada, irracional e descontextualizada.
Segundo ela, os ciumentos assumem posições com pensamentos distorcidos em relação ao que se passa nos pensamentos do companheiro, como se ele estivesse sempre a desejar outra pessoa. Para controlar o comportamento de ciúme, é importante estar atento aos seguintes sinais: perceber que o ciúme existe, estar sofrendo calado ou explode ao perceber qualquer movimento do parceiro que julgue impróprio, ambas as maneiras são destrutivas.
A psicóloga indica que a pessoa tente dialogar com o parceiro sobre sua condição, sobre os contornos de seu ciúme e que não tenha vergonha de pedir ajuda. “Lembrar que atos impulsivos e impensados podem destruir a relação. Assumir a insegurança e tentar entender seu teor” completou.
Segundo a especialista, existem vários indícios de que o Transtorno Obsessivo-Compulsivo poderia se manifestar como Ciúme Patológico. “Nesse caso os pensamentos atrelados ao Ciúme Patológico seriam indistinguíveis dos pensamentos obsessivos. Os pensamentos de ciúme seriam ruminações e as buscas por evidências da infidelidade, rituais compulsivos de verificação. Muitos pacientes teriam crítica e constrangimento por esses pensamentos e se esforçariam para afastá-los” relatou.
Porém existe tratamento para os indivíduos que sofrem com ciúmes. “É importante que o psicólogo conheça a história pregressa do indivíduo, e assim elaborar a melhor forma de intervenção psicológica pra este indivíduo, dessa forma acabar com essa sensação de sofrimento” explicou.
O tratamento pode ser feito com psicoterapia (a linha cognitiva comportamental tem boa aceitação nesse sentido) e, no caso do ciúmes patológico, também medicação psiquiátrica, como neurolépticos.