Nascido no município de Mucajaí, Edinel teve uma infância pobre, filho de agricultores, a arte teve início em sua vida como brincadeira de criança. Nessa época seus brinquedos eram todos feitos com materiais que encontrava pelo chão. Entre seu acervo artístico, materiais como discos de vinil, areia, telhas, tijolos e papelão se transformam em peças que contam um pouco sobre a história e a beleza da miscigenação roraimense.
A flora, os buritizais e natureza do lavrado que abundam nos campos nativos também são fonte de inspiração, além da cultura afro-brasileira e as tradições indígenas. Há também referências às pinturas rupestres abundantes. Segundo ele, Roraima é um estado com muitas misturas culturais o que proporciona vários desafios para o artista.
“Na arte, gosto de abordar novos temas, faço trabalho por encomendas, não sigo um estilo. Algumas pessoas chegam a pensar que as minhas exposições são feitas por vários artistas, pois em casa obra crio de uma forma diferente” conta.
Único representante roraimense na Academia Brasileira de Artes Florais (ABAF), Edinel Pereira afirma que esta exposição é uma homenagem direta ao povo macuxi como alusão ao retrato da cultura dos que nasceram em Roraima e escolheram aqui para morar.
Além de artes plásticas, ele produz enfeites florais para casamentos, festas de aniversário, eventos empresariais, entre outros. O artista faz, ainda, esculturas de frutas e ministra cursos e oficinas em comunidades carentes e escolas na capital. “Além de fazer arte, é preciso ensinar arte, gosto de passar a diante o que aprendi e incentivar novos artistas locais” ressalta.
Dia do artesão
Por trás de cada representação simbólica existe uma pessoa que faz daquela arte sua forma de vida e sustento. Para homenagear tais profissionais, foi instituído no dia 19 de março o “Dia do Artesão”. A data também é uma homenagem ao São José Carpinteiro que, segundo a religião cristã, foi pai do menino Jesus.
Considerado patrimônio cultural, o artesanato é feito a partir de materiais típicos de cada lugar, como sementes, miçangas, cerâmica e madeiras. Aos poucos, garrafas pet, plástico, vidro, entre outros, também passaram a ser incorporados na atividade, criando um artesanato sustentável.