Cultura

Estado planeja construir etnopousadas em comunidades indígenas

Indígenas irão administrar os espaços, que serão construídos para estruturar a oferta de meios de hospedagem, ampliar o tempo de permanência da visitação turística e gerar mais oportunidades de negócios voltados ao turismo

A Secretaria Estadual de Cultura e Turismo (Secult) planeja implantar uma rede de etnopousadas em comunidades indígenas de Roraima. A ideia está no Plano de Desenvolvimento Regional e Sustentável do Turismo 2030.

A intenção é estruturar a oferta de meios de hospedagem distribuídos pelos principais núcleos etnoturísticos de Roraima para ampliar o tempo de permanência da visitação turística e gerar mais oportunidades de negócios voltados direta e indiretamente ao turismo. E a primeira comunidade a receber o projeto deve ser a Raposa 1, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Normandia.


Pequena maloca da comunidade Raposa 1 (Foto: Secom-RR)

O diretor de turismo estadual Bruno Muniz afirma que o departamento dará suporte para os próprios indígenas, por meio de capacitação para elaborar roteiros turísticos em suas comunidades e a administrar as etnopousadas, gerando emprego e renda para as localidades.

Os planos de visitação turística serão analisados pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). A ideia é que as comunidades firmem parcerias com agências e operadores indígenas e não-indígenas para atrair mais turistas.

Cada etnopousada pode custar em torno de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões e deve ser custeada com recursos parlamentares. “Esse empreendimento vai ter chalés, área de camping, redário, restaurante, área de convivência, vai precisar de pessoal pra cuidar da alimentação, limpeza. O pessoal do artesanato vai oferecer seus materiais pros visitantes”, explicou.

Segundo Muniz, 68% dos roteiros turísticos de Roraima são de curta duração e o Estado busca transformá-los em estadias médias, de três a cinco dias”, diz. “Quanto maior a duração que o turista fica no local, maior é a renda que ele vai gerar”.

Em 2019, só na economia de Boa Vista, o turismo movimentou mais de R$ 850 milhões. Bruno Muniz explica que esse dado foi levantado ao considerar a arrecadação de Imposto sobre Serviços (ISS) de serviços de hospedagem, de guias, de locadoras de veículos, de eventos e de hotéis.

*Por Lucas Luckezie