O fotógrafo Gabriel Chaim será autor da exposição “Devolvo Ouro”, aberta a partir do dia 31 de julho na na Zipper Galeria em São Paulo. A exposição reúne fotografias produzidas pelo artista na Terra Indígena Yanomami, na fronteira entre os estados de Roraima e Amazonas, regiões de Surucucu e Palimiu. Chaim acompanhou durante dois meses a ação do Exército e da Polícia Federal contra o garimpo ilegal.
A mostra destinará parte dos recursos arrecadados com a comercialização das obras a entidades indígenas que defendem os territórios e os povos Yanomami.
“O povo Yanomami vem sendo recentemente massacrado por uma sucessão de eventos originados pelo garimpo ilegal em suas terras. Essa exposição do fotógrafo Gabriel Chaim aborda as recentes condições e imagens capturadas naquele território. Diante da sequência de injustiças e ilegalidades que contornam o comércio do ouro ilegal no Brasil, estamos propondo uma nova situação onde as coisas devem ser devolvidas ao seu lugar de direito”, afirma o curador Marcello Dantas.
Reconhecido pelas investigações visuais em áreas de conflito, crise e outras situações extremas, o artista Gabriel Chaim especializou-se na cobertura de guerra e confrontos por território. Desde 2013, cobre conflitos no Oriente Médio, o que deu origem à sua primeira exposição individual na Zipper Galeria: “Filhos da Guerra: o custo humanitário de um conflito ignorado” (2015). Agora, a galeria encampa o primeiro projeto do artista realizado dentro do Brasil.
A exposição tem apoio institucional da organização internacional Human Rights Watch (www.hrw.org). “Infelizmente, as políticas atuais têm encorajado as organizações criminosas que atuam na Amazônia. É urgente o combate ao garimpo ilegal, a redução da impunidade e a proteção dos direitos dos povos indígenas e outros defensores da floresta”, afirma Anna Livia Arida, diretora adjunta da Human Rights Watch.
A exposição “Devolvo Ouro” fica em cartaz até 28 de agosto de 2021.
Sobre o artista
Gabriel Chaim é documentarista e cineasta independente, especializado em áreas de conflito, crise e outras situações extremas. Autor de trabalhos em todo o mundo, foi vencedor duas vezes do prêmio Emmy (2018), três vezes vencedor no New York Festivals (2016, 2017, 2018), vencedor da medalha de ouro no Deutschen Fernsehpreis (2018), Clube de Imprensa Internacional (2018), Peabody (2018, 2020). Ele contribui, ainda, com CNN, Spiegel TV, BBC, TV Globo (Brasil), NBC. Desde 2013, Chaim se dedica a cobrir a guerra na Síria sob diversos pontos de vista.
Sobre o curador
Marcello Dantas é um premiado curador com ampla atividade no Brasil e exterior. Criador interdisciplinar, é responsável por inovar o conceito de museologia no país, trazendo doses sem precedentes de tecnologia, interatividade e recursos multimídia, proporcionando experiências de imersão por meio dos sentidos e da percepção. Foi responsável pela concepção de diversos museus, como o Museu da Língua Portuguesa e a Japan House, em São Paulo, o Museu da Natureza, no Piauí, o Museu da Gente Sergipana, em Aracaju, o Museu do Caribe e o Museu do Carnaval, na Colômbia. Dantas assinou a curadoria de algumas das principais exposições de arte contemporânea no país nos últimos anos, trazendo alguns dos maiores artistas da atualidade, tais como Ai Weiwei, Anish Kapoor, Jenny Holzer, Antony Gormley, Michelangelo Pistoletto, Christian Boltanski, Peter Greenaway, Rebecca Horn, Bill Viola e Laurie Anderson. Foi também o diretor artístico do Pavilhão do Brasil na Expo Shanghai 2010, do Pavilhão do Brasil na Rio+20, da Estação Pelé, em Berlim, na Copa do Mundo de 2006. Marcello Dantas é formado pela New York University, membro do conselho de diversas instituições internacionais, mentor de artes visuais do Art Institute of Chicago e, desde 2014, integra o corpo de curadoria da Bienal de Vancouver. Em 2017 foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura do Brasil.
Sobre a Human Rights Watch
A Human Rights Watch (HRW) é uma organização não-governamental sem fins lucrativos que defende os direitos humanos em mais de 100 países. A organizações tem escritório Nova Iorque, Berlin, Paris, São Paulo entre outros. A HRW é reconhecida por investigações aprofundadas sobre violações de direitos humanos, pela elaboração de relatórios imparciais sobre essas investigações e pelo uso efetivo dos meios de comunicação para informar e sensibilizar diversos públicos sobre essas causas.