‘Ambientalismo e indigenismo – Roraima como laboratório dos regimes internacionais’ é o título do livro do doutor em economia Getúlio de Souza Cruz, lançado nessa quarta-feira, no auditório do Necar (Núcleo de Estudos Comparados da Amazônia e do Caribe) da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
Jornalistas, pesquisadores, estudantes e autoridades políticas estiveram presentes no evento. Para o professor e doutor em economia Haroldo Amoras, a temática ambientalista e indigenista ainda é pouco abordada.
“O livro aborda um visão além de Ongs que se instalaram em Roraima, e leva uma análise feita por um pesquisador que vive essa realidade” ressaltou.
“A obra vem contribuir ao corpo docente da UFRR com uma temática inovadora e questionadora sobre um período que possui pouco material histórico” ressaltou o Reitor da Universidade Federal de Roraima, Jefferson Fernandes do Nascimento.
O livro é resultado do doutorado em ciência política do pesquisador e apresenta, de forma instigante, o estado de Roraima como uma espécie de laboratório experimental das políticas ambientalistas e indigenistas internacionais.
“A obra traz de diferente a análise de que os regimes internacionais não têm interesse em preservar o meio ambiente, mas sim evitar que novas áreas sejam integradas aos processos produtivos”, disse o autor Getúlio Cruz.
Segundo o doutor em ciência política, a temática do livro já instigava sua mente durante anos, porém ganhou forma durante o doutorado. “Se o livro promover debate sobre Roraima além dos nossos umbigos, terei cumprido meu dever” relatou durante o lançamento.
O autor explicou que os estudos das próprias ONGs demonstram que a unidade de medida conhecida como “pegada ecológica”, criada pelos movimentos ambientalistas, mostra que o planeta só tem condições de sustentar uma população de 1 bilhão e 600 milhões de pessoas e a projeção é que daqui a 30 anos é que teremos 9 bilhões.
O período abordado passa desde a concepção desenvolvimentista do presidente Getúlio Vargas (1930) e suas diversas matizes que se estendem até o início dos anos 90 focada no crescimento econômico, ocupação demográfica, e por fim, vertendo para ideologias da sustentabilidade ambiental e nos direitos humanos indígenas.
“Portanto, é preciso dar um freio na utilização de recursos naturais, para evitar que os cidadãos do primeiro mundo percam a qualidade de vida que já têm. Movimentos ambientalistas e de direitos humanos têm pouco de ambientalismo e humanismo e muito mais de controle ideológico dos países de centro sobre a periferia”, concluiu Getúlio Cruz.
Perfil do Autor – Getúlio Cruz é professor do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Roraima (UFRR), graduado em Economia pela Universidade Federal do Pará, Mestre em economia e Doutor em Ciências Políticas pela UFRGS.
Em 40 anos de magistério superior, atuou na Universidade da Amazônia, UFPA e UFRR. É pesquisador do Núcleo de Estudos Comparados da Amazônia e do Caribe (NECAR). Em 30 anos de administração pública foi governador, secretário de Planejamento do Estado e de Finanças da Prefeitura.
Também integrou o conselho deliberativo da Sudam e o Conselho da Zona Franca de Manaus. Fundou e presidiu o Banco de Roraima e, durante 20 anos, foi diretor-presidente do grupo Folha de Comunicação.