Cultura

Leitores relatam melhora nos estudos e empatia a partir do hábito de ler

Para celebrar o Dia do Leitor, a Folha conversou com jovens que têm o costume de ler e qual a diferença que o hábito faz em suas vidas

A criatividade na literatura nos permite vivenciar diversas experiências por inúmeras realidades com magia, dilemas, romances e entre outros temas. No dia 7 de janeiro é celebrado o Dia do Leitor, e a Folha conversou com leitores sobre a diferença que o hábito traz às suas vidas.

A social media Gabrielle Gomes, de 23 anos, conserva o hábito desde a infância. Ela contou sobre o costume, que veio por influência dos pais. “Não consigo lembrar do momento exato, desde que me entendo por gente a leitura está presente na minha vida. Meus pais assinavam os gibis da turma da Mônica pra mim e por volta dos meus 7/8 anos  mudei de escola e nessa nova tinha uma bibliotecária podia emprestar livros e eu sempre emprestava”, disse..

“A leitura também me tornou mais empática, já li sobre tantas situações e pessoas e a cada nova história passo a ter um novo olhar sobre o mundo. Além disso, ler sobre o que eu gosto me preparou para ler qualquer coisa, a leitura te faz usar a imaginação e acaba aflorando a nossa criatividade. Quem tem um livro, tem tudo”, declarou Gabrielle.


A social media curte livros de romance e fantasia (Foto: Arquivo Pessoal)

A estudante de psicologia já perdeu as contas de quantas obras já leu. “Já li centenas (risos). Ano passado li mais de 80 livros, no anterior foram 100 e em 2020 foram 96. Mas esses foram só os anos que passei a contar, antes disso foram muitos outros”, contou.

Fã de livros de fantasia e romance, ela planeja iniciar o ano com uma obra nacional. “Pretendo iniciar ainda essa semana Envenenados da Bruna Pallazzo, uma autora nacional e autora de alguns dos meus livros favoritos”, afirmou.


A estante de livros da estudante é organizada por cores (Foto: Arquivo Pessoal)

Para incluir o hábito na rotina, Gabrielle destaca iniciar com leituras agradáveis e que sejam dentro do seu gosto. “Na minha opinião muitas pessoas que dizem não gostar de ler, na verdade não encontraram o seu tipo de livro ainda. Infelizmente, desde novos escutamos que leitura ‘tem que agregar’, ‘só os clássicos são bons’ e etc, mas você não pode querer que alguém adquira e pegue gosto pela leitura, principalmente crianças e adolescentes, lendo algo que não se identifique. Como pedir para um pré-adolescente ler um clássico com uma escrita cansativa e achar legal a leitura? O ideal é incentivar a leitura desde novos, mas com livros que sejam interessantes, se parar para procurar vamos ver o tanto de leitor que começou com Harry Potter, Percy Jackson, Diário de um banana, e tantos outros livros ‘que não agregam em nada’. Hoje já li tantos livros e tantos gêneros que tenho como meta ler os clássicos por livre e espontânea vontade, hoje não me canso rápido de ler um livro da faculdade”, indicou.

“Ademais a leitura ainda é muito elitizada, os livros são muito caros e nem todos tem conhecimento de que existem e-books mais acessíveis. No nosso estado então falta uma biblioteca que oferte livros de todos os estilos à população, não temos políticas públicas que incentivem a leitura, até nossas livrarias são escassas”, finalizou a estudante.

Já Daniela Mourão, de 13 anos, incluiu o hábito a partir dos 11 anos, no início do período da pandemia. “Eu queria começar a fazer coisas novas, por causa do isolamento. Então eu comecei a ver conteúdos de livros nas redes sociais e me interessei pela leitura”, disse.


Daniela iniciou o hábito na pandemia (Foto: Juliana Mourão)

Dentre os benefícios do hábito, Daniela destacou a variedade de palavras que aprende com a leitura. “Melhorou muito as minhas notas e também o meu vocabulário. Eu costumava anotar as palavras diferentes que eu aprendia e começava a usar no dia a dia”, contou.