Cultura

Livro infantil é selecionado para mostra em Paris

Com a temática, o autor foi um dos escritores brasileiros a participar da 35ª edição do Salão do Livro de Paris, fato inédito para o estado

Um tatu, uma onça e muitos animais da floresta fazem parte das histórias imaginadas pelo escritor Cristino Wapichana, que por meio de seus livros publicados deu vida a personagens que vivem na fauna e flora amazonense. Com três livros lançados, “Sapatos trocados”, “O fogo e a onça” e “A onça Lili”, o autor apresenta ao jovem leitor temas sobre a diversidade da cultura indígena.

Com a temática, o autor foi um dos escritores brasileiros a participar da 35ª edição do Salão do Livro de Paris e do catálogo de literatura de Bolonia, Espanha.  Segundo ele, é uma tentativa de aproximar e informar sobre a riqueza das culturas indígenas para o mundo. Mostrar por meio da literatura e artefatos tradicionais, as histórias, canto e danças e o quanto estes povos são importantes para a formação do Brasil.

O livro selecionado foi ‘Sapatos Trocados’ que conta a história do Veado Aro e o Tatu Kapaxi.  “De um lado o simpaticíssimo Tatu, como um excelente contador de histórias e um exímio corredor extraordinário. Do outro, o Veado, por sua vez desajeitado e lento por possuir garras enormes que as usava para fazer buracos no chão. Foi a partir de uma competição que tudo mudou”, contou.

O artista desenvolveu um projeto de revitalização cultural em três comunidades indígenas Wapichana entre 2004 e 2007 que, segundo ele, foi onde mais aprendeu sobre a cultura do seu povo.  O projeto consistia em reunir crianças, jovens e um ancião para contar histórias e ensinar cantos.

“Existe muito interesse de outros países na literatura roraimense. O livro te leva a muitos lugares, a leitura te ensina a escrever bem, a falar bem, a ser um interpretador e, acima de tudo, um pensador”, explicou.

Cristino nasceu em Boa Vista, é compositor premiado, escritor, pesquisador e profere palestras sobre temas indígenas. Atualmente mora no Rio de Janeiro, em 2006, foi premiado no Femucic (Festival de Música da Cidade Canção). Já atuou como professor da Escola de Música de Roraima, coordenou o projeto Canto Indígena de revitalização e resgate cultural wapichana, além do grupo musical Makunaima.

Próximos projetos

O autor já está na produção do seu próximo projeto, que além de livro deve se tornar um filme roraimense. “No início era muito complicado ser um escritor, o primeiro livro que eu escrevi, eu nunca cheguei a terminar a história. Agora quero finalizá-lo e transformá-lo num filme. Para isso é necessária muita pesquisa. E o autor tem que fazer acontecer”, finalizou.