Mães aprendem a construir brinquedos terapêuticos para os filhos

Trabalhar o desenvolvimento das crianças é garantir um futuro com melhor integração social e habilidades intelectuais. Nesse sentido, é importante promover o acompanhamento, capacitação e habilidade dos pais para que saibam lidar com as necessidades da criança ao longo do tempo.

Pensando nisso, a equipe de habilitação do CRSM (Centro de Referência e Saúde da Mulher Maria Luíza Castro Perin) promoveu durante toda a semana, a primeira Oficina de Brinquedos Terapêuticos. Ao todo, 80 mães acompanhadas pelo serviço de Follow-Up aprenderam a construir brinquedos com materiais recicláveis, de fácil acesso e baixo custo.

“Nem sempre as mães podem comprar brinquedos e a oficina foi pensada para reforçar para as mães que os brinquedos feitos por elas vão muito além da diversão. Eles estimulam o desenvolvimento e a coordenação motora, a compreensão, a comunicação, a parte cognitiva e o aprendizado”, ressaltou a fisioterapeuta e coordenadora da equipe, Joelma Magalhães.

A diretora do CRSM, Marilia Pinto, explica que os serviços são para bebês com as capacidades motora e cognitiva em desenvolvimento e que foram limitadas ainda nas primeiras semanas de vida, além de crianças prematuras que vêm da UTI neonatal da Maternidade com doenças congênitas, neurológicas ou com infecções graves.

“Enquanto os bebês estão na UTI neonatal da maternidade eles estão protegidos por uma equipe médica e técnica que consegue conduzi-los de maneira segura até o momento da alta e aqui nós damos seguimento, junto com os pais, ao acompanhamento da criança, realizando intervenções terapêuticas, medicamentosas e também a habilitação”, ressaltou a diretora.

Fernanda Nascimento, mãe da Ana Elizy de um ano e 10 meses de idade, adorou descobrir as possibilidades de criar brinquedos tão importantes e sem precisar gastar muito.

“A gente pode brincar com as crianças utilizando as coisas que temos em casa e isso é maravilhoso! Porque além de compartilhar momentos felizes com a minha filha eu ainda vou fazer com que ela se desenvolva melhor”, disse.

 Serviço de ‘Follow Up’ atendeu mais de seis mil crianças nos últimos dois anos – O ‘Follow Up’, que significa ‘dar seguimento’ é um acompanhamento permanente que já atendeu desde janeiro do ano passado até agora, 6.513 crianças. Trata-se de uma ação do Governo do Estado, por meio da Sesau (Secretaria de Saúde), para o reforço da Política de Humanização Perinatal (assistência materno-infantil) em Roraima. O ambulatório “Follow-Up”, um serviço de atendimento ao recém-nascido prematuro que acolhe crianças até os dois anos e nove meses de idade e dependendo da necessidade das crianças, esse período de atenção pode ser prorrogado.

 A Equipe de Habilitação do Follow Up é composta por diversos especialistas como pediatra, neuropediatra, odontopediatra, fonoaudióloga, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e demais profissionais treinados para lidar com as fragilidades dos pequenos.

Com os esforços da equipe de habilitação, o CRSM consegue trabalhar o desenvolvimento da potencialidade motora, a parte neurológica como controle motor, movimentos ativos de membros superiores e inferiores com mais aprendizado e autonomia para os bebês, bem como auxílio às mães e à família sobre como interagir com as crianças no dia-a-dia, e não há nada melhor do que tornar esse aprendizado mais divertido.

 A Jessilane Freitas, mãe do Noah, de 10 meses, reconhece que não está fácil comprar qualquer brinquedo que se veja nas lojas e agradeceu a chance de poder aprender mais.

“Brinquedos simples como esses podem contribuir tanto para a vida do meu filho enquanto que com os brinquedos caros ele às vezes nem se interessa muito. É muito bom trabalhar a criatividade em brinquedos que contribuam para o desenvolvimento dos nossos bebês”, agradeceu.

Mães podem fazer brinquedos sensoriais com materiais de casa – Uma das dicas da fisioterapeuta Joelma Magalhães é o tapete sensorial. “Traz como benefícios o estímulo visual e tátil, a coordenação motora grossa e motora fina ao explorar o objeto e vivência de sensações”, complementou.

 Veja o passo a passo para criar:

 – Um saco plástico tipo zip lock

 – Gel para cabelo

 – Lantejoulas de cores variadas

 – E.V.A colorido

 Como fazer? Recorte o E.V.A em formatos de peixes, cavalo-marinho, estrelas do mar e algas nas cores que desejar. Coloque no saco junto com as lantejoulas. Acrescente o gel de cabelo no interior do saco na quantidade que desejar. Feche o saco zip lock e vede com fita plástica para não deixar o conteúdo extravasar.

 Pronto! É só deixar o bebê aproveitar na posição de barriga pra baixo. Sentado (se ele sentar) ou sobre uma cadeira, na postura de pé (se o bebê já ficar em pé).